Preso preventivamente ontem, 11, na Operação Ànomos do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o cantor Max David Moura Rodrigues é cunhado do ex-prefeito de Mata Grande, Jacob Brandão (PP), apontado no esquema de corrupção que desviou cerca de R$ 12 milhões dos cofres públicos da cidade sertaneja.

Cantor no Estado de Alagoas e, famoso ainda por ter passado pela banda de Forró conhecida em todo o Brasil, a Magníficos da Paraíba, Max David se tornou um empresário de grande influência na capital alagoana.

Considerado "sócio" de bandas e artistas alagoanos, a exemplo da Xatrez - na qual é o vocalista principal , o cantor cresceu também no ramo empresarial e conseguiu - nos últimos anos - ser "sócio" de um escritório de promoção e produção de eventos e bandas/cantores,  a Open Music Entretenimento, além de comparte da casa de shows Match Maceió. 

Segundo os promotores de justiça, os crimes, comandados pelo cunhado do cantor, o ex-prefeito Jacob Brandão, somente em dois anos, causaram um prejuízo equivalente a R$ 6 milhões, valor que daria para comprar 130 carros Sandero. 

Somente com o contrato fraudulento celebrado com a empresa Marcelo Calado dos Santos ou Albatroz, o ex-prefeito lucrava entre R$ 40 e R$ 70 mil por mês.

"As investigações comprovaram que as empresas concorriam nas licitações, venciam e, depois, supostamente, sublocavam toda a frota exigida pela prefeitura a pessoas físicas, geralmente parentes e correligionários do prefeito. Nos contratos, ficava um percentual de 40% para o pagamento de quem sublocava os veículos e os outros 60% eram divididos entre o prefeito, o dono da empresa e possíveis atravessadores", diz o MPE. 

Foragido da Justiça, o nome de Jacob Brandão será colocado - imediatamente - na “difusão vermelha”, ou seja, na lista de procurados da Polícia Federal. O Gaeco pede à sociedade que qualquer informação sobre o seu paradeiro seja repassada para as autoridades policiais.

Prisão preventiva 

Entretanto, sabe-se que há o envolvimento do cantor Max David no esquema da Operação Ánomos - que é uma palavra de origem grega, que significa um estado sem lei ou regras, cujos gestores não estão submetidos a limites legais ou morais -  já que está na lista dos presos preventivos.  

A resposta teremos na manhã desta quinta-feira, 12, durante uma coletiva que será dada pelo Gaeco que vai esclarecer à imprensa sobre a ação ocorrida.

Contudo, lembremos que a Justiça determina a prisão - foram 12 mandados preventivos e temporárias expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital - "como medida de segurança e evitar a realização de algo por antecipação". 

Ou seja, constatou-se a farra com o dinheiro público envolvendo empresas, parentes e pessoas próximas do ex-prefeito Jacob Brandão. 

Portanto, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) vai apresentar um vasto material apreendido na Prefeitura de Mata Grande, Câmara de Vereadores e nos municípios de Maceió, Paulo Jacinto e Santana do Ipanema. 

Já durante a prisão do cunhado-cantor-empresário de Jacob Brandão o único som que se ouvia foi (é trocadilho?) "Simbora Papajungle". 

Será? 

Enquanto isso...

Percebe-se, no contexto deste caso, que o sofrimento dos mata-grandeses por saúde, educação de qualidade, assistência social e outras áreas continuam no belíssimo Estado pobre como Alagoas. 

Pobre para aqueles que dependem de áreas essenciais ausentes na administração pública, por conta - principalmente - dos desvios ocorridos para bancar o luxo dos que saqueiam os cofres públicos - R$ 12 milhões de Mata Grande - e vivem esbanjando riquezas, luxos e mordomias às custas do sofrimento do Povo.

Lanchas, carros de luxo, mansões, fazendas... 

Até quando vamos conviver com essa medíocre desigualdade social devido ao desvio de dinheiro público que deveria ser investido em saúde, educação, assistência social, políticas públicas e outras?

Que o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) atue para acabar com essa imoralidade corruptiva em Alagoas. 

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