O pai morrera faz tempo. Ele aos 12 anos assumira as vezes de homem da família. A mãe depositava no menino   todos os sonhos  que perdera com o marido. Era um menino, mas, também era um homem. A bola já fugira dos seus pés e a responsabilidade assumiu todos os espaços vazios. Ele já não mais gritava: Goool!!!

Pensava na vida como futuro. Pensava nos irmãos, na mãe e todo esse pensar pesava em suas costas e n'alma de menino. Sobre o  futuro dele não tinha muito que pensar.

Um dia falaram pro menino  de uma  tal liberdade, uma maneira bem mais confortável do que catar latinhas que lhe garantia o sustento e deixava um dor enorme nas costas.

Quando chegou em casa com os bolsos carregados de notas graúdas e os olhos marejando ambição, a mãe começou a entristecer.

E a mãe  encostou-o no canto da parede  e perguntou de onde vinha toda aquela riqueza repentina, e ele,  como dono da casa riu , enigmaticamente, com os cantos dos lábios.

Todo dia quando  chegava, a mãe fazia perguntas  e ficava triste. E o humor dele ficou maléfico e adulto.

Foi morto aos 13 anos, em um beco qualquer, numa dessas esquinas de indiferença que ninguém sabe onde fica.

A mãe chora até hoje, viúva do filho. Seu homem da casa, seu menino arrimo de família.

O homem-menino ,que  a vida se aproveitando da miséria,  arrastou-o para marginalidade.

Até hoje a mãe  se lamenta  não ter  salvado seu menino  da morte.

Ele está morto, aos 13 anos.

E ela  triste.