Em algumas situações é o olhar que atravessa, arrogantemente, uma outra pessoa, sem ao menos vê-la.
Noutros casos chega a palavra, que já vem carregada da aspereza que corta feito faca amolada.
Não mais fazemos a escuta a voz alheia. Não reinterpretamos gestos e significados.
E numa contenda discursiva, não arredamos pé, enquanto não fazemso o convencimento de que a nossa opinião tem o absolutismo das verdades universais.
Vivemos em ambientes hostis. Exercitamos, diariamente o eu, e em alguns momentos o "nós" é puro jogo de marketing. Recriamos mundos ariscos à tolerância.
Sim, nós,alguns, tant@s e muit@s que levantamos a bandeira contra qualquer forma de intolerância, também, alimentamos argumentos autoritários e descriminatórios.
Tarde de quarta-feira, 28/02 é servido o lanche na I Conferência de Saúde da Vigilância, que acontece em Brasília.
Mesa posta e tod@s esperam, pacienteemnte, uma concha, que o garçom tinha ido buscar, para que as pessoas pudessem se servir da salada de frutas. Daí, uma senhora, inadvertidamente, utiliza dois copos de pláticos que estão à mesa e , invasivamente, faz deles concha. Presenciando a situação , advirto-a sobre a contaminação do aliemnto com os copos que já estavam expostos à mesa. E ela , me olhando, com a irritação sublinhado suas palavras:- Estou contaminando só a minha, né?
Eu:- Não, a salada toda-respondo.
Ela, arrogantemente:- Então ,não coma e está tudo resolvido.
Antes que se vá, aviso-a que deveria ter um sentimento de coletividade, afinal estamos em uma conferência.
E como a senhora, arrumamos formas e jeitos de sermos intolerantes. Está acontecendo quase por osmose.
Mas, nem tudo está perdido.
Final de noite, Shopping Brasília. Peço informação a uma mocinha, sobre onde ir na noite de Brasília, ali, mesmo, pelo entorno, e ela em um gesto de cooperação e solidariedade, discute caminhos e mostra possibilidades.
Agradeço, e vou,entretanto, no meio do caminho retorno à moça para dar-lhe um abraço.
Nós abraçamos e abarcamos a memória afetiva da delicadeza.
E The End?
Não. A pergunta persiste: por que andamos tão agressiv@s?