Após 8 anos o Jornal do Brasil resgata  versão impressa. E  as 10 horas do domingo 25/02, o JB já tinha vendido 90% dos seus exemplares nas bancas. Por volta das 11 horas, a venda estava esgotada.

O carioca Marcos Romão, nome referencial na luta pelos direitos humanos (de pret@s/Brasil/Alemanha)fala sobre:

"O  Jornal do Brasil era um jornal em que toda uma geração aprendeu a ler até o que não estava escrito.
Ajudar a pensar a realidade lendo todas opiniões e tendo acesso às variáveis possíveis de uma notícia, é função do jornalismo. O resto é propaganda.
Mesmo que repita o velho vício carioca de só ter praticamente redatores brancos, coisa que só deve ser para o início. É com emoção que compro o JB em meu bairro negro do Viradouro com o "meu" jornaleiro por ter vendido quase tudo até as 11 horas. Um morador ao meu lado falou: " Apareceu finalmente uma opção para ler jornal em Niterói, sem escutar sempre a mesma coisa

O JB foi um jornal fundamental no combate ao racismo durante a ditadura militar e depois dela. Não só o Movimento Negro, como todo o Movimento Social, tinha acesso direto aos seus jornalistas, redatores e chefes de redação. Não éramos considerados exóticos e sim parceiros na produção de notícia e reconstrução da democracia no Brasil.
Vivi isto intensamente como coordenador do Sos Racismo do IPCN, quando 19 negros foram amarrados pelo pescoço e alguns jornalistas, fotógrafos e redatores arriscaram seus próprios pescoços, quando publicaram a matéria na capa, da reportagem que abalou o racismo do país e que só foi possível, porque uma colega de trabalho da Leão XIII, Maria Dantas, estava de carona na Brasília do JB e facilitou a aproximação dos repórteres e os apresentou aos policiais, que se deixaram fotografar, por acreditarem que tinham feito um ato heróico."

 

Fonte:https://www.facebook.com/romao45?hc_ref=ARRsC3cGRnIxPZjmwSKblzHkQEyyq9QGVHkxvHNTkfPocVs8aXhHpcfteCm1GQbp-yU