Aconteceu na segunda-feira (19), no auditório do Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE/AL) a audiência pública denominada “O Ministério Público quer ouvir você”, que teve como proposta a  escuta das demandas sociais, visando a construção do plano geral de atuação (PGA) da instituição ministerial para o biênio 2018-2019.

Diversas representações da sociedade civil se fizeram presentes expondo as propostas nas diversas temáticas.

Compondo a mesa de abertura, o procurador-geral de justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto falou do ineditismo da ação: “Esta Audiência  é de  uma importância vital,não só para gerar um maior envolvimento entre o Ministério e a coletividade, como também ouvir a população e saber das suas necessidades é fundamental para que a gente construa um plano que possa tender aos anseios de quem mais precisa de nós.”

Participando da ação, a coordenadora do Instituto Raízes de Áfricas, Arísia Barros utilizou a tribuna para cobrar dos poderes, no estado de Alagoas, o quadro sangrento das mortes da juventude preta.

“As mortes são repetitivas e invisíveis e apesar de Alagoas ser um dos  estados mais violentos para jovens negros no país, de acordo com levantamento do Mapa da Violência, os poderes, ainda não sabem o que fazer com a questão. Simplesmente ignoram.

É preciso incluir o problema na agenda política dos poderes, e definir as linhas de ação (a partir de estudos sobre causas, razões e conseqüências) que serão adotadas para resolver o problema, e  a partir daí criar uma rede de sustentabilidade para o empoderamento dessa população.

É urgente que o Conselho Estadual da Igualdade Racial e o Conselho Estadual da Juventude, como controles sociais s

Nossa juventude preta é um dos mais certeiros alvos da violação dos direitos humanos. É preciso dar um basta. Cada vez que morre um jovem preto, com ele vai-se um pouco da descendência da  história.”

Tomando a palavra, o procurador-chefe, Alfredo Gaspar, reconheceu que ainda há muito por fazer, e afirmou, mesmo com suas limitações, o Ministério Público busca uma atendimento mais amplo as questões de direitos humanos e esse tema receberá um olhar atento.

“Vivemos um novo tempo no Ministério Público, onde promotores estão deixando os seus gabinetes para ficar mais perto do povo e é por isso que é tão importante a gente dar voz a ele”, afirmou Alfredo Gaspar.