Conforme anunciado há alguns dias, o senador Fernando Collor (PTC) usou a tribuna do Senado na tarde desta terça-feira, 6, para confirmar sua pré-candidatura à presidência da República. Segundo ele, a disputa será com o espírito de alavancar novamente o país, priorizar educação e saúde e “a mão pesada do Estado na segurança pública”.
Ele acenou ainda com uma gestão de “centro democrático progressista e liberal”, que atenda aos anseios sociais pela via econômica responsável: “Ao Estado, o que é do Estado; ao mercado, o que é do mercado”.
Lembrando sua experiência executiva e parlamentar, Collor afirmou que, diante do conturbado quadro político brasileiro e do instável cenário institucional, seria covardia desviar “de mais um desafio que o destino me impõe”: “Os temores da história não podem preceder aos ardores da modernidade”.
Ao comparar o momento atual com o vivenciado em 1989, quando venceu a primeira eleição direta para presidente do País após o regime militar, ele fez um balanço de seus dois anos e meio de mandato, destacando ações como a redução do aparato estatal e da máquina administrativa e a quebra de monopólios e reservas de mercados.
“Em que pese a grande dificuldade de parcerias, de apoio político e as previsíveis resistências enfrentadas de diversos segmentos sociais e econômicos, consegui promover uma mudança de paradigma em praticamente todos os setores e nortear, àquela altura, o rumo do país” afirmou.
“Enfrentei grandes grupos econômicos e poderosos políticos da época. Tirei o país do atraso da Revolução Industrial de 1ª e 2ª gerações e o incluí na terceira geração, a da informatização”, prosseguiu, elencando também os avanços obtidos nas áreas sociais.
Collor ainda creditou ao próprio governo a contenção do ‘estouro da hiperinflação’ e a manutenção de índices econômicos que permitiram a renegociação da dívida externa e serviram de lastro financeiro para a posterior implantação do Plano Real.
“Assim como em 1989 eu tinha a lúcida consciência do caminho a ser seguido pelo país, hoje, mais ainda, tenho a convicção de qual o melhor rumo para o Brasil. Vivemos tempos de extremismos e pós-verdades, de bravatas e radicalismos e, pior, de intolerâncias e confrontos de argumentos ideologicamente vazios. Não podemos mais nos iludir. Precisamos de moderação, de equilíbrio, de maturidade, de um caminho que ainda não se abriu e que aponta para um centro democrático progressista e liberal capaz de promover as mudanças demandadas pelo povo brasileiro”, destacou em outro trecho de sua fala.
Collor reafirmou que sua candidatura pode preencher o vácuo político, já que possui “comprovada capacidade de execução de um programa definitivo, sob o ideário liberal no plano econômico, democrático no plano político, inclusivo no plano social, sustentável no plano ambiental e, por fim, o ideário da integração e da soberania no plano internacional”.