“Era muito julgada, por ser lésbica, rockeira. A sua depressão, muitos julgavam ser besteira e coisa de quem não tem o que fazer. [Ela] se mutilava para tentar passar a dor. Muitas vezes, presenciei as pessoas a chamando de ‘otária’ quando passava. Era uma garota sentimental, de amor verdadeiro, disposta a ajudar, mas não se deixava ser ajudada”.

Quem define Milly é uma sua amiga mais próxima, a Adelia.

E na quarta (31), em Palmeira dos Índios,municipio alagoano ‘Milly Biersack’, (nome usado em seu perfil na rede social do Facebook), decidiu por fim aos seus 20 anos de vida,mas, antes de se enforcar a menina ensaiou um pedido de ajuda pelas redes sociais, com  trechos de uma música Under, de Alex Hepburn, que fala sobre escuridão, medo e demônios. 

“Eu morro toda vez que você vai embora

Não me deixe sozinha comigo

Veja, estou com medo

Da escuridão e dos meus demônios

E as vozes, dizem que nada vai ficar bem, hey

Eu sinto isso no meu coração, alma, mente

Pedir ajuda pelas redes sociais, ultimamente, é fato recorrente aos suicidas.

Por que tão poucos de nós, ouvimos?

Milly estava depressiva e tomava remédios.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a depressão é a principal causa de mortes por suicídio no mundo, com cerca de 800 mil casos por ano.

Precisamos discutir o tema, além dos tabus, tirar os rótulos.

Precisamos falar sobre depressão e suicídio, como política de saúde pública.

Tem muita gente morrendo...