No antigo prédio do INSS, aqui no centro de Maceió você encontra ossos de gente espalhados por todo canto. É como um cemitério de restos humanos. A gente já denunciou para muitos órgãos, mas, ninguém se interessou. Tem pedaços de braços, Tem cabeças. Tem cabelos. É uma desova quase todo dia.
O prédio do antigo INSS é um matadouro da população de rua- denuncia Luiz, um morador de rua durante a Audiência Pública sobre a Violência Contra a População de Rua,
Mataram um amigo meu esquartejado. Arrancaram tudo dele. Só deixaram um braço.
E Neide, outra moradora de rua, complementa: Abriram o bucho dele, tiraram o fígado, coração. Tiraram tudo e agora ele está morto.
E quem fez isso não foi bandido, não. Foram os homens da lei.
A gente, morador de rua, já está cansado de ser humilhado e morto - sintetiza Luiz.
Depoimento na Audiência Pública sobre a Violência contra a População de Rua, ocorrida na OAB/Centro, em Maceió, AL, dia 01/12, promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal.