Fabrício era jovem, gay  e ator. Tinha 25 anos e durante meses premeditou seu suicídio. Na madrugada do dia 13 de outubro de 2017, Fabrício Junior se matou. Antes o rapaz gravou três vídeos que postou em seu perfil no Facebook.

Fabrício foi diagnosticado com depressão, a cerca de um ano. Por conta dos efeitos colaterais dos medicamentos o rapaz suspendeu os medicamentos   agravando  assim o quadro da doença  e Fabrício se matou. 

Nas gravações, o rapaz explicou seus motivos, despediu-se de seus amigos e familiares mais próximos e se mostrou muito decepcionado com sua vida nos últimos dias. "Me desculpem todos aqueles que me amam", disse. Durante a despedida, o ator menciona relacionamentos afetivos rompidos, sobre pessoas que lhe fizeram mal e sobre o contexto em que vive, provavelmente, referindo-se a intolerância da sociedade com a população LGBT a qual pertencia. Em alguns momentos do vídeo, sorri, diz querer viver intensamente suas últimas horas e que gostaria de ser lembrado sempre sorrindo. Ao todo, foram três vídeos, dois deles de aproximadamente dez minutos cada, em que o rapaz discursa em suas últimas horas de vida. Algumas informações não oficiais obtidas através de rede social indicam que Fabricio se matou ingerindo uma alta quantidade de medicamentos.

"Mesmo fraco em pedaços, eu prefiro te dizer obrigado por estar aqui", diz ele no vídeo.

O Brasil de dimensões continentais ganha visibilidade nos relatórios: é o oitavo país com maior número de suicídios no mundo, segundo ranking divulgado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) em 2014.

Criador do Mapa da Violência, o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz destaca que o suicídio também cresce no conjunto da população brasileira. A taxa aumentou 60% desde 1980.

Em números absolutos, foram 2.898 suicídios de jovens de 15 a 29 anos em 2014, um dado que costuma desaparecer diante da estatística dos homicídios na mesma faixa etária, cerca de 30 mil.

"É como se os suicídios se tornassem invisíveis, por serem um tabu sobre o qual mantemos silêncio. Os homicídios são uma epidemia. Mas os suicídios também merecem atenção porque alertam para um sofrimento imenso, que faz o jovem tirar a própria vida", alerta Waiselfisz, coordenador da Área de Estudos da Violência da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso).

 

Com informações:

http://www.bbc.com/portuguese/brasil-3967251

http://revistaladoa.com.br/2017/10/noticias/rapaz-gay-25-anos-grava-posta-videos-antes-tirar-propria-vida-precisamos-discutir