A menina, de quase 10 anos, coloca batom na boca borrada de infância, e sai às ruas oferecendo os seios púberes por míseros contos de réis.
A outra, também menina, nas esquecidas esquinas da vida inventa um choro descontrolado, como artimanha para despertar a piedade alheia.
Quem tem pena de crianças pretas soltas ao vento, cuspindo as balas do abandono?
As periferias organizadas em terreno minado contam as histórias das desigualdades sócio étnica.
Por que pobreza ainda rima com cor de pele?
E essa mesma cor redesenha a cartografia de Áfricas nas periferias brasileiras/alagoanas?
Os números da desigualdade sócio étnica segregam, estigmatizam e separam como códigos de valores distintos internalizados e aceitos pela sociedade, que vive do outro lado da curva do “esquecimento político.
Qual a real possibilidade de suprimir a pobreza , ou seria “eliminar” o monte de pobres, como representação de uma grosseira ofensa ao bem estar da elite escravocrata?
Já estamos em guerra civil , ou em um estágio avançado do extermínio social e econômico das amplas maioria minorizada?
Pret@ também é gente, diz a professora à turma de meninos e meninas pequenos.
O que é ser gente?
Emancipação é palavra decomposta nos livros da escola, tal qual a palavra democracia.
Não nascemos para gaiolas ou correntes, mas, para as possibilidades dos caminhos.
O naturalizado extermínio de tantos e muitos jovens pret@s em idade produtiva é o confronto contemporâneo do bem x mal?
A Emancipação Política de Alagoas,que completa seus 200 anos , nesse 16 de setembro de 2017, ainda nos traz a representação genocida da paz dos cemitérios.
Emancipação para quem?