Ele  é um menino bem pequeno, entre 2 e 4 anos, usa  short azul, está sem camisa e tem no rosto uma expressão defensiva. É domingo, 13/08,  de sol morno nas areias da praia, despidas do mundaréu de gente.

O menino com seu calção azul está sozinho na areia da praia. O pai pescador deixou-o só por um minutinho e foi ali  ajeitar os anzóis.

Vejo de longe, o menino magrelo com seu short na vastidão da areia branca da praia azul de Jatiúca, em Maceió.

O vejo de longe em uma operação de auto-limpeza: lutava para tirar a areia que colava em seu corpo: cabeça, tronco e membros.

Primeiro enrolou a camisa entre  as mãozinhas e iniciou a operação de limpar  suavemente as pernas para expulsar os grãos de areia ,como a suavidade não resolveu começou a usar gestos mais agressivos.

A areia molhada de mar  colava-se ao corpo do menino, ele incomodado com a visita inoportuna começou a dar pequenos pulos, entretanto, o plano B também  mostrou-se ineficiente.

Já se percebia a frustração infantil  penetrando nas entranhas do menino e causando grande desconforto, deixando-o inquieto.E com os olhinhos rasos d1água  , gritou: Paiêêê!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

O pai veio em desabalada carreira, ajoelhou-se junto ao filho e perguntou o que acontecia.

Após ouvir o desabafo do menino, o pai pegou-o nos ombros e carregou-o para um providencial banho de mar. Sentindo-se renovado o menino agarrou-se no pescoço do pai, em um contentamento bem contente.

Espectadora do desenrolar da   cena, bem cedo na manhã de domingo, em que se comemora o dia dos pais,  fiquei pensando nos buracos emocionais que  ausência de um pai provoca na alma e auto-estima  das muitas crianças e adultos espalhados pelo mundo todo.

Fiquei pensando...