A Folha de São Paulo publicou - no final de semana - uma matéria acusando o ministro do Turismo, Marx Beltrão (PMDB), de beneficiar aliados e parentes em Alagoas com repasses voluntários do Ministério do Turismo (Mtur) em 2017.
De acordo com a Folha, Beltrão utilizou o valor de R$ 11,3 milhões - de um total de R$ 84,6 milhões destinados a governos e prefeituras - apenas para ajudar os municípios alagoanos, entre janeiro e julho deste ano, principalmente, no litoral sul.
Em nota, o MTur explicou que a maioria dos repasses voluntários realizados para Estados e municípios é resultado de emendas parlamentares de deputados federais e senadores. O blog também entrou em contato com o ministro para saber a opinião dele sobre tais acusações.
Marx Beltrão respondeu que em todas reuniãos realizadas como ministro cobra dos gestores agilidade nas obras espalhadas pelo Brasil. Ele explicou ainda que, no caso de Alagoas, é óbvio a destinação de repasses por conta do contato - semanalmente - com os prefeitos alagoanos.
"80% das obras estão paradas, paralisadas ou não iniciadas. Em todas reuniãos cobro dos gestores agilidades nas obras contratadas com recursos garantidos. Como estou em Alagoas, semalmente, é obvio que cobro mais de quem tenho contato. Queria eu que os gestores alagoanos, inclusive, o Governo do Estado, tivessem a pressa que tenho que o valor de repasses seria muito mais para o nosso Estado. Em vários municípios alagoanos as obras estão paradas. Entre tantas outras paralisadas. Eu cobro agilidade em todos os encontros que vou pelo Brasil. Nâo é só em Alagoas. A buracracia é uma das causas que emperra a destinação de verbas. Já envie, inclusive, os técnicos do Mtur para agilizarem essas obras paradas e paralisadas", rebateu Beltrão.
Por outro lado, o Conselho Nacional de Turismo (CNT) saiu em defesa da atuação do ministro do Turismo no caso do envio e destinação de verbas para Alagoas.
No texto publicado no Portal Jornal do Turismo, o conselheiro do CNT e editor do Jornal de Turismo, Cláudio Magnavita, disse que a Folha de São Paulo coloca Marx Beltrão na berlinda, ao mesmo tempo em que 'requenta o modelo de denúncias já realizadas com outros ocupantes da pasta e trata o material como "preconceito aos políticos nordestinos'.
"Tenta [Folha de SP] relacionar liberações para a sua base política eleitoral, consolidando números como se fossem as únicas ações do Ministério. Fizeram isso com Henrique Alves, Gastão Vieira e Pedro Novais. Escaparam deste denuncismo Mares Guia, Luiz Barreto, Vinicius Lages, que não tinham mandatos eletivos e até a Senadora Marta Suplicy que, tendo a sua base em São Paulo, escapou do preconceito cada vez mais evidente contra políticos nordestinos. Este bombardeamento midiático é um coquetel que reúne ingredientes identificáveis, como o já citado preconceito contra o Norte-Nordeste por parte de uma elite que coloca São Paulo como capital do mundo e a desinformação,ou melhor informação manipulada", escreveu Magnavita.
Liberação para Alagoas
O conselheiro do Turismo ressaltou também que as liberações de Beltrão para Alagoas eram, na maior parte, repasses de obras anteriormente contratadas e executadas com a fiscalização severa da Caixa Econômica Federal (setor que autoriza o pagamento por etapas após medições das obras) para pagamentos que seriam feitos mesmo se o ministro fosse paulista ou gaúcho.
"Os municípios dirigidos por familiares são localizados no litoral sul de Alagoas e são turísticos. Não chegam no total a 0,5 % do orçamento ministerial. Não há nada que puna um município de apresentar projetos numa pasta comandada por conterrâneos. O mais nefasto desta matéria é a adesão de alguns nomes do setor de turismo nas redes sociais. A desinformação se propaga de forma injusta e avassaladora", pontuou.
Por fim, Magnavita fez questão de destacar a atuação do ministro alagoano à frente da pasta do Mtur, mostrando que Beltrão tem sido uma surpresa agradável e demonstra ser um político de uma nova geração da política brasileira com coragem para promover mudanças.
"Cabe ao setor do turismo separar o joio do trigo. Marx Beltrão tem sido uma surpresa agradável. Demonstra ser um político de uma nova geração da política brasileira com coragem para promover mudanças. Na sua gestão listou os principais entraves do setor e está pegando o touro com as mãos. Lançou o +Turismo, com medidas que há anos eram reivindicadas pela cadeia produtiva. Reduzir a atuação do ministro Marx Beltrão ao foco dessa matéria é faltar com a verdade. Cabe ao turismo e a mídia especializada reagir e fazer o contraponto. Não para ajudar a imagem do atual ocupante da pasta, mas para não ofuscar a agenda de transformações que estão ocorrendo e não pode ser eclipsada com dados pinçados de forma cirúrgica e preconceituosa", concluiu Cláudio Magnavita.
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