Fulano tinha 15 anos, era um trabalhador, tinha 2 irmãos e uma vida inteira pela frente. Foi morto por uma bala, que perdida, sabia muito bem, quem seria o alvo.
Pret@s são alvos datados das balas-ditas-perdidas.
Fulano tinha 15 anos e uma vida produtiva inteira pela frente. Estava feliz em seu “primeiro” emprego.
Estudava, era um bom aluno. Um menino de ouro- diz a mãe, aos prantos..
Fulano foi morto porque estava na hora certa, no lugar errado.
O lugar da bala perdida.
O Brasil é o país onde mais se mata jovens pretos, no mundo todo, e Alagoas dá exemplo, com seus cadáveres invisíveis e insepultos.
O genocídio de jovens pretos no Brasil é avassaladoramente maior do que os números de uma guerra civil em Angola.
A desigualdade racial cotidiana do país encontra sua expressão mais aguda na comparação dos dados de morte por homicídio da juventude, nos diz a pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública(2014).
O genocídio da juventude negra em Alagoas, que todo mundo finge que não vê, principalmente a Secretaria de Estado da Juventude ( criada para lidar com as diversidades e adversidades da juventude alagoana , com discussões buscando o caminho das políticas públicas), Secretaria de Estado de Direitos Humanos e movimento negro, dito organizado.
Alagoas é um estado acéfalo de políticas públicas para a juventude preta, esmagada pelo descaso dos poderes instituídos.
Alagoas é um caso grave ( será terminal?) um estado em que a vida de jovens pret@s corre o risco de 8,7, de morte por homicídio.
A mãe e o pai de Fulano estão órfãos. Perderam o filho.
A avó de Fulano chora a dor de enterrar um neto: ‘Tão novo, meu bichinho!.
A família olha o caixão vestido de vazios e descarta o futuro.
Fulano, pobre, preto, cabelo Black e morador das periferias danosas das Alagoas de Palmares, na cartilha do estado não tinha futuro, nenhum.
Quem era fulano?
Mais um desses e tantos jovens que são mortos, e a gente não registra nem o nome.
Desumanização de corpos negros.