Eu os conheci, ainda meninos, entre 10 e 11 anos.

Os dois pretos, moradores de um dos bairros mais vulneráveis para jovem preto viver, em Maceió, AL.

Eram bons alunos e  trazia na bagagem diária suas histórias de vidas substantivas.

Eram  meninos educados e  sonhavam com o futuro,( todos nós sonhamos, não é mesmo?),  mas, a morte os encontrou bem antes.

As  descobertas  excludentes  da vida  periférica, que não oferecem as oportunidades necessárias para a juventude,  foram fatais,  e daí vieram as experiências marginalizadas, que se anunciavam, como a bala perdida, que iria lhes roubar o futuro, com total permissão racismo desenfreado, internalizado e consentido nas Alagoas dos Palmares.

Morreram bem jovens, antes mesmo de encontrarem a vida adulta.

Não ficarão velhos.

Ambos pretos. Ambos meus alunos.
Para eles  todo mês é sempre um  novembro negro.

 De luta!
Eita, Zumbi!