Restando pouco mais de um ano para as eleições de 2018, o governador Renan Filho (PMDB) vem enfrentando grande insatisfação por parte da classe política alagoana e, em especial, dos integrantes na Casa de Tavares Bastos.

Muitos parlamentares reclamam da blindagem criada ao redor do governador que vem agindo de forma fria e indiferente, inclusive, com os aliados da chamada "base aliada."

Bem ao estilo do seu vice, o arapiraquense Luciano Barbosa, o governador não tem priorizado o diálogo que é considerado uma das maiores virtudes da política.

Prova disso são "inúmeras ligações não atendidas e o chá de cadeira" dado a muitos políticos, principalmente, deputados que ajudaram a eleger prefeitos pelo interior. Prefeitos esses que, muitas vezes, estão recebendo mais atenção que os próprios deputados que reclamam dos ‘dribles’ do governador.

Um dos parlamentares deixados de lado, por exemplo, foi Cícero Cavalcante, aliado de primeira linha, que há mais de 30 anos marcha - politicamente - com a família Calheiros.

A chamada "inabilidade política" do governador fica ainda mais evidente com a recente distribuição de secretarias de seu governo com políticos que - até bem pouco tempo - eram ferrenhos opositores de sua administração. 

A pasta da Assistência Social, por exemplo, foi oferecida à deputada Jó Pereira (PMDB), sobrinha do senador Benedito de Lira (PP), concorrente direto de Renan Filho nas eleições de 2014.

Ao lado do irmão Joãozinho Pereira, atual prefeito da cidade de Teotônio Vilela, Jó foi uma das principais cabos eleitorais do senador Biu que acabou perdendo a disputa para o peemedebista.

Hoje, a Secretaria de Estado da Assistência Social tem no comando o ex-prefeito de Junqueiro e irmão da deputada, Fernando Pereira.

Já a Secretaria de Estado do Trabalho e Emprego passou para as mãos do deputado Antônio Albuquerque (PTB) que foi outro eleitor de Biu de Lira na eleição de 2014.

Quem assumiu a pasta foi o filho de AA, Arthur Albuquerque (PMDB), derrotado nas últimas eleições municipais em Limoeiro de Anadia pelo agricultor Marcelo Rodrigues (PP).

Para quem não lembra, nas prévias eleitorais de 2014, Albuquerque e os Renans (pai e filho) travaram uma verdadeira "guerra" com trocas de farpas de ambos os lados.

O estopim da batalha começou quando o PRTB, então partido de AA, foi excluído da coligação encabeçada pelos Calheiros. 

Sem líder na ALE

Outro caso recente que comprova a falta de articulação política do governador é a falta de um líder do governo na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE).

Após a saída de Ronaldo Medeiros (PMDB), o nome sondado foi também o do peemedebista Ricardo Nezinho. Porém, Nezinho não demonstrou confiança ao governador e acabou sendo 'descartado'.

Sem líder e correndo contra o relógio, o Renan Filho já conversou com pelo menos outros quatro parlamentares - segundo fontes do blog - que não demonstraram qualquer interesse no cargo de líder. 

A (in)aptidão política do governador que, mesmo com a máquina nas mãos, não conseguiu eleger prefeitos nos dois maiores colégios eleitorais de Alagoas (leia-se Maceió e Arapiraca), tem gerado a desconfiança de analistas políticos que preveem uma reeleição difícil para RF. 

Será?

Atrás do Prejuízo? 

Por outro lado, não foi à toa que o senador Renan Calheiros buscou reunir ontem (06) a bancada do partido na ALE para discutir o 'cenário político do estado e estratégias para as eleições de 2018.'

Como já postei aqui, anteriormente, o senador Renan volta à cena pública/política - em Alagoas - para garantir sua reeleição ao Senado Federal e manter o filho no Governo do Estado.

Cabe agora aos Calheiros, todavia, saber agradar aos aliados e correligionários para manter uma base sólida para o pleito vindouro. 

Repito: a eleição do próximo caminha para uma conjuntura política diferente de anos anteriores, seja na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE), na Câmara dos Deputados e/ou no Senado Federal. 

Portanto, saberemos se 2018 responderá nas urnas! 

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