Eleitos com uma diferença de apenas 86 votos, o prefeito e vice-prefeito de Jacaré dos Homens, respectivamente, José Floriano Bento de Melo, o Floriano (PSB), e Marcos Aurélio de Melo, o Aurélio (PSD), são acusados de "caixa 2", abuso de poder, uso da máquina pública e pagamentos ilícitos durante o pleito eleitoral de 2016.
O ex-prefeito da cidade, José Ernesto Silva Júnior, o Júnior Ernesto, e a ex-primeira-dama e ex-secretária municipal de Educação, Grazielle Melo Monteiro da Silva, também são acusados de abuso de poder político e econômico durante a eleição.
O Processo 0000001-39.2017.6.02.0029, na Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) contra os gestores, foi protocolado na 29ª Zona Eleitoral pela coligação "Vamos Juntos Fazer a mudança", representada pelos partidos PRP, PR e PPS, que teve José Antônio Figueiredo Souto, o Zé Antônio (PR), candidato a prefeito.
Aguardando decisão da juíza Adriana Carla Barbosa, que responde pela zona eleitoral do município, as Aijes (existe mais uma contra) pedem que prefeito e vice - apesar de eleitos e diplomados - tenham os mandatos cassados pelas diversas irregularidades encontradas na prestação de contas da eleição do ano passado.
De acordo com a documentação, na qual o blog teve acesso, Floriano e Aurélio contrataram veículos sem motoristas e sem contratos; receberam doações após a eleição de 02 de outubro; e utilizaram funcionário da Prefeitura para trabalhar na campanha eleitoral no horário de expediente.
Porém, o que mais chamou atenção no processo foi um carro usado durante a campanha eleitoral de 2016. O interessante é que o doador morreu há mais de dois anos e caso foi detectado pela Justiça Eleitoral. Outrossim, mais erros foram cometidos pelos candidatos em Jacaré dos Homens.
Vale destacar que foram veiculados 30 vídeos com valores abaixo do mercado. Floriano e Aurélio declararam que cada material custou R$ em torno de 12,50 (doze reais e cinquenta centavos), ou seja, diferente do que o mercado cobra que é em média R$ 350,00 (trezentos e cinquenta reais), uma mostra de que houve "caixa 2".
Prestador "fantasma"
Outras irregularidades apresentadas na Aije comprovam que a esposa do produtor da campanha (empresa que atualmente presta serviços ao município) realizou - à época - serviços de filmagens com utilização de drones e, ao mesmo tempo, era doadora sem exercer a atividade econômica (afronta ao Art. 19 da Resolução n. 23.463/2015).
Segundo o que consta no documento, Yara Regina de Aguiar Coimbra doou o serviço sem ter executado o trabalho "in loco", já que a mesma é professora da rede estadual e municipal de ensinos e não compareceu no município durante o pleito eleitoral.
Citando mais um erro eleitoral, ressalte-se, que o Procurador Geral do Município de Jacaré dos Homens é ainda o advogado que consta na prestação de contas dos investigados, como também, o responsável pela coligação que venceu o pleito de outubro de 2016.
Por fim, dezenas de contratações ocorreram de forma ilegal onde vários contratados recebiam, em alguns casos, apenas 1/3 do salário mínimo. No entanto, após a eleição, todos foram demitidos o que caracterizou troca de "moeda eleitoral" e que gerou dezenas de ações trabalhistas tramitando na Justiça.
Portanto, agora cabe à Justiça eleitoral decidir sobre o futuro administrativo da cidade de Jacaré dos Homens, após tantas irregularidades cometidas pelos atuais gestores e ex-gestores em busca apenas da continuidade do Poder Político na cidade.
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