Em reunião ocorrida na noite desta terça-feira, 03/01, o presidente do Senado, Renan Calheiros recebeu a coordenadora do Instituto Raízes de Áfricas, Arísia Barros e a presidenta estadual do PMDB Afroabrasileiro, Fernanda Monteiro.
A reunião teve como pauta pedir o apoio da presidência do senado para a campanha internacional que pede a liberdade de Rafael Braga, o morador de rua, preso injustamente e condenado por portar uma garrafa de pinho sol, nas manifestações de junho de 2013.
Rafael Braga é o único preso das manifestações de 2013 e segundo Carlos Eduardo Martins, do Instituto de Defensores dos Direitos Humanos (DDH): “Se trata do caso mais simbólico de racismo institucional da última década no Rio de Janeiro”.
Na ocasião, o presidente do Senado recebeu a carta formal pela liberdade de Rafael Braga, já entregue pelo Instituto Raízes de Áfricas, ao presidente Michel Temer, quando de sua vinda a Alagoas, no dia 27 de dezembro.
Renan Calheiros colocou-se a disposição para dar o suporte necessário ao esclarecimento do caso e afirmou que apesar do recesso parlamentar e da justiça buscará agilizar o processo.
Arísia Barros reafirmou sobre a omissão do estado brasileiro sobre o crimedo racismo que mata e criminaliza, preferencialmente, a população preta.
Participaram da reunião, o cardiologista José Wanderley Neto, membro do Diretório estadual do partido e o advogado,Luciano Guimarães..
Entenda o caso Rafael Braga:
Acusado de portar material explosivo quando levava apenas duas garrafas plásticas de produtos de limpeza – uma de água sanitária da marca Barra e outra de desinfetante da marca Pinho Sol -, Rafael foi preso enquanto acontecia, no Centro do Rio, a grande manifestação de 20 de junho de 2013. Mesmo sem ter qualquer ligação com a manifestação, durante a qual outras pessoas foram presas e logo liberadas, ele foi denunciado pelo MP-RJ (Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro) e, com uma agilidade atípica em processos judiciais, condenado em primeira instância apenas cinco meses depois – tendo permanecido preso enquanto aguardava o julgamento por um crime que nunca cometeu.