O câncer de mama figura como uma das maiores causas de morbi-mortalidade em todo o mundo e, no Brasil apresenta-se como a neoplasia maligna mais incidente entre mulheres, assim como a principal causa de morte por câncer.

Diversos esforços vêm sendo realizados a fim de identificar os determinantes do câncer de mama, assim como os fatores protetores, e a abordagem terapêutica adequada.

Assim, uma vez reconhecida a elevada incidência e mortalidade do câncer de mama, a prevenção, assim como o controle deste, são de grande relevância, representando um importante problema de saúde pública.

Dentre os fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de mama, destacam-se os aspectos ambientais, nos quais os fatores dietéticos são potencialmente importantes . A literatura reconhece que os fatores dietéticos representam cerca de 30% das causas de câncer, sendo somente superado pelo tabaco, como fator de risco prevenível.

Portanto, a gênese e progressão do câncer de mama parecem estar extremamente relacionadas a hábitos alimentares, consumo de gorduras, carnes, produtos lácteos, frutas, vegetais, fibras, fitoestrógenos, e outros.

Os alimentos funcionais, assim denominados, pois são identificados com essas propriedades de promoção de efeitos fisiológicos benéficos, podendo prevenir ou retardar doenças tais como as cardiovasculares, câncer, infecções intestinais, obesidade, dentre outras.

Atualmente, o efeito funcional de um alimento abrange não somente aqueles que, além do enfoque nutricional, exercem ações promotoras para o bom funcionamento do organismo, mas qualquer alimento ou ingredientes alimentares benéficos para o funcionamento orgânico.

A literatura referencia alguns critérios estabelecidos para determinação de um alimento funcional, tais como: exercer ação metabólica ou fisiológica que contribua para a saúde física e para a diminuição de morbidades crônicas; integrar a alimentação usual; os efeitos positivos devem ser obtidos em quantidades não tóxicas, perdurando mesmo após suspensão de sua ingestão; e, por fim, os alimentos funcionais não são destinados ao tratamento ou cura das doenças.

Os principais alimentos funcionais são: fibras, ácidos graxos poliinsaturados ômega 3 (n-3), fitoquímicos, peptídeos ativos (arginina e glutamina), prebióticos (inulina e oligofrutose ou frutooligossacarídeo), e os probióticos (lactobacilos acidófilos, casei, bulgárico e lactis).

Merecem destaque os ácidos graxos poliinsaturado ômega 3 (n-3) e linoléico conjugado, as fibras,os fitoquímicos, Vitaminas A,C, E ,assim  como os minerais selênio e folato.

 

 

 

 

 

 

 

Ômega 3 (n-3): 

Evidências científicas sugerem o papel promotor da gordura dietética no desenvolvimento do câncer de mama e correlacionam o consumo excessivo de gordura com o aumento dos índices desta neoplasia, especialmente na pós-menopausa, onde há maior correlação entre o teor de gordura da dieta e os níveis séricos de estradiol.

Assim também,Maillard et al, ressaltou o papel da razão n-3/n-6 neste tipo de neoplasia.

A hipótese preferida para estabelecer a relação das gorduras dietéticas com a carcinogênese mamária é o metabolismo dos ácidos graxos poliinsaturados, que apresentam um papel importante na abordagem às doenças neoplásicas.

Os ácidos graxos poliinsaturados ômega 6 (n-6)  tem ações como importantes mediadores bioquímicos envolvidos na infecção, inflamação, lesão tecidual, modulação do sistema imune, e agregação plaquetária, estão diretamente ligadas ao desenvolvimento, crescimento e metástases tumorais.

Em contraste, os ácidos graxos poliinsaturados n-3 são convertidos em ácidos eicosapentaenóico (EPA) e decosaexaenóico (DHA). Os ácidos graxos poliinsaturados são reconhecidos como importantes constituintes da membrana celular. Deste modo, o EPA e o DHA competem com os ácidos graxos n-6, impedindo a incorporação deste à membrana fosfolipídica, e sua conversão a eicosanóides da série par, exercendo um efeito inibidor da proliferação celular em linhangens de células cancerígenas do tecido mamário.

Ácido Linoléico Conjugado (CLA)

O ácido linoléico conjugado (CLA) vem sendo recentemente estudado, reconhecido como um componente essencial para a boa saúde. redução da proliferação celular, alteração nos componentes do ciclo celular, e mediação na inibição da apoptose. Além disso, o CLA modula marcadores do sistema imune e a formação de eicosanóides, atuando no metabolismo lipídico e na expressão genética.  Encontramos em produtos lácteos oriundos de ruminantes.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fibras:

Atualmente, inúmeras publicações têm levantado o papel da fibra na redução do risco de câncer de mama, sugerindo que um aumento do consumo de fibras, ou seja, frutas, vegetais e grãos integrais, podem reduzir o risco deste tipo de câncer.

Sendo assim, a a adoção de uma dieta saudável e variada, tende ser mais uma alternativa no nosso mundo contemporâneo. Procure um bom profissional e faça do seu alimento seu remédio.