Juro que tentei me desligar do mundo nesse fim de semana. Parti para uma pequena cidade mineira onde moram os avós da minha esposa. Não tirei o computador da mochila e deixei o celular em modo avião. Tentei resumir tudo aos gostosos pedaços de queijo acompanhados de café de bule e uma aula para um dos meus filhos do que se faz com uma forquilha de goiabeira, um pedaço de tripa-de-mico, um pedacinho de couro e um cacho de mamonas. Mas nem tudo são flores... E lá estava a TV ligada, sábado à noite, Jornal Nacional e dá-lhe distorção em uma reportagem sobre a disputa presidencial americana.
Donald Trump, em um discurso na sexta-feira (16), disse que a democrata anda cercada de vários seguranças e sugeriu: "Tirem as armas deles. Ela não gosta de armas. Vamos ver o que acontece. Seria muito perigoso". Alguém consegue ver, nessa declaração, uma ameaça à Hillary? Não! Claro que não! O que Trump fez, mais uma vez, foi escancarar a hipocrisia desarmamentista da esquerda americana que afirma constantemente que as armas não trazem segurança, mas - oh! Que surpresa! – não abrem mão de muito seguranças armados para lhes proteger.
No Brasil também temos vários exemplos desse tipo de faça-o-que-digo-mas-mão-faça-o-que-faço. Um deles, para mim o mais bem acabado exemplo, é o candidato à prefeitura do Rio de Janeiro, Marcelo Freixo, que recorrentemente apoia o fim da possibilidade de que o cidadão tenha uma arma para sua defesa, pregando que mais armas significam mais violência (SIC), que tais objetos não trazem segurança, que foram feitas apenas para matar e toda aquela ladainha que já conhecemos bem e contestamos melhor ainda, mas – Oh! Mais uma vez, que surpresa! – não abre mão de seguranças muito bem armados e pagos com o dinheiro do contribuinte! São policiais, daqueles que o pessoal do PSOL adora chamar de fascista, repressores, assassinos de pobres e negros, etc, etc, etc..., mas que na hora do vamos ver, estarão lá para proteger, com o uso de armas de fogo, a vida do candidato.
Na impressa, pelo menos para boa parte dela, os fatos não importam, o que importa é a narrativa que se faz deles e uma leitura essencial para entender como a mídia narra o assunto armas de fogo de forma absurdamente parcial é o livro Preconceito Contra as Armas do professor e economista americano, John Lott, lá ele prova matematicamente o que aqui eu afirmo. Em terras de Cabral não é diferente e a hipocrisia desarmamentista desaparece na “infowar” ao mesmo tempo que episódios como o que envolveu outro candidato fluminense, Flavio Bolsonaro, que legalmente armado abriu fogo contra criminosos se transformam em um mar de críticas, ignorando-se propositadamente que o fato de que um cidadão armado e treinado pode e é capaz de impedir crimes e criminosos, algo sempre defendido por Flavio em um raro exemplo de faça-o-que-falo-pois-eu-também-faço!
Leituras adicionais:
Preconceito Contra as Armas de John Lott Jr,: http://livraria.mvb.org.br/preconceito-contra-as-armas
Trump acusa Hillary de planejar anistia para imigrantes ilegais: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2016/09/trump-acusa-hillary-de-planejar-anistia-para-imigrantes-ilegais.html
Marcelo Freixo é desmascarado por Bene Barbosa http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil/cultura/marcelo-freixo-e-desmascarado-por-bene-barbosa/
Segurança de Freixo é morto em tentativa de assalto, no Rio: http://extra.globo.com/casos-de-policia/seguranca-de-freixo-morto-em-tentativa-de-assalto-no-rio-18103379.html#ixzz4KinfoBPQ