Não há outras palavras para escrever este texto se não for redigir sobre o caos na saúde pública de Alagoas.  

Isso é o que mostra uma reportagem veiculada no Jornal do Dia, da TV Alagoas, na última segunda-feira, 21, onde uma funcionária que trabalha há 40 anos no Hospital Regional do Estado (HGE) fez graves denúncias. 

Gentilmente cedida pelo jornalista Wadson Correia, responsável por todo material, o blog reproduz o que – de fato – ainda não deve ter chamado atenção dos órgãos competentes e responsáveis pela fiscalização  da saúde pública no Estado.  

De acordo com a funcionária - que não foi identificada por temer represálias - muitos pacientes estão morrendo no HGE por falta de medicamentos. 

"Falta soro fisiológico que não tem. Falta teste de glicemia que há quatro meses não tem e os pacientes morrem sem ter como medir. Falta água destilada para diluição de soro de pacientes com problema renal. Estamos fazendo os curativos com fita adesiva. Está tudo errado!", disse a denunciante.    

Indagada sobre as vistorias em dias que são feitas no HGE para constatar a situação do local, ela respondeu sobre o absurdo de como são tratados os internos.  

"Escondem os pacientes! Deixam os corredores limpos. Em qualquer buraco colocam os pacientes um em cima do outro. Observação [sala] é para 12 pacientes. Tem 25, 24...", relatou.  

Sem tergiversar, ela ainda pediu aos Ministérios Públicos Estadual e Federal em Alagoas (MPE e MPF-AL) que façam uma investigação para evitar que mortes aconteçam dentro do hospital.  

"Peço ajuda aos Ministérios Públicos Estadual e Federal em Alagoas e os órgaos competentes que têm que entrar com urgência ali [HGE] que está errado. Tem muitas pessoas morrendo um por cima do outro sem ter como fazer. Os médicos não têm como fazer. Não tem como ajudar. É tirando a máscara da cara de um para colocar na cara do outro", finalizou em protesto a funcionária. 

Porém, não foi só a funcionária que reclamou do estado de precariedade do HGE. Duas mulheres que foram entrevistadas pelo jornalista Wadson Correia delataram como é a situação de familiares enfermos que necessitam de atendimentos. 

Contudo, a reprodução da matéria abaixo – em vídeo - é um apelo que se faz aos órgãos competentes, a exemplo do MPE e MPF em Alagoas, em consonância ao que foi apurado, mostrado, denunciado e veiculado pela equipe da TV Alagoas. 

Parabéns!  

Enfim, se o Poder Público não busca resolver os problemas para melhorar a situação da saúde pública no Estado - em prol da população que mais necessita, o jornalismo faz o papel de expor à sociedade uma realidade obscura por parte de alguns governantes.  

Assista a matéria completa!

O que disse a Sesau? 

Segundo a reportagem, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) disse que a falta de medicamentos e insumos se deve à falta da aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA) na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE).  

A Loa foi aprovada - semana passada (quarta-feira,16) - no montante de R$ 8.419.876.246,00 (oito bilhões, quatrocentos e dezenove milhões, oitocentos e setenta e seis mil, duzentos e quarenta e seis reais). 

Leia aqui: ALE aprova peça orçamentária para este ano

Redes Sociais: Kleversonlevy  

Email: kleversonlevy@gmail.com

(Agradecimentos ao jornalista Wadson Correia por ceder informações e imagens desta matéria)