O ano de 2016 é um ano de eleições. E a pauta política parece ter “contaminado” a greve dos servidores municipais de Maceió. O movimento – sem adesão da maioria da categoria – promete radicalizar as ações em Maceió com atos que vão de panfletagem e adesivação contra o prefeito Rui Palmeira (PSDB) até a inviabilização dos atos públicos do prefeito da capital.

Nesta sexta-feira (09) às 9:00 da manhã, representantes de 11 sindicatos que compõem a base de trabalhadores do município e representantes da Prefeitura de Maceió se encontram em audiência de conciliação a ser presidida pelo desembargador Alcides Gusmão, do Tribunal do Magistrado. Na mão do magistrado estará, inicialmente, mediar o conflito: de um lado, servidores que querem 14% de aumento salarial e do outro o município que alega poder conceder 2% de reajuste.

Porém, mais que pedido de salário maior, a razão do movimento grevista pode estar nas eleições deste ano. O prefeito é do PSDB e as entidades sindicais são dominadas por partidos políticos de oposição ao PSDB, como o PT, por exemplo. O racha nacional motivado pela crise do governo do PT Dilma Rousseff e a tentativa de desestabilizar o PSDB para as próximas eleições seriam alguns dos objetivos da greve. Por isso, a personificação dos ataques ao prefeito e a sintonia entre as manifestações locais e os acontecimentos nacionais.

Ato, passeata e adesivaço

Na quinta-feira (10), grevistas inviabilizaram a solenidade de entrega de viaturas da SMTT que aconteceria em Jaraguá. Com palavras de ordem, líderes do movimento afirmaram que “não deixariam o prefeito realizar nenhum ato público em Maceió. Que agora era ou 14%, ou nada”, em menção a proposta de reajuste. A Prefeitura afirma que apresentou todos os dados do município, com transparência, aos grevistas. E que reajuste de R$ 14% seria inviável para as finanças do município diante da crise econômica nacional.

A realização da passeata coincide com a divulgação nacional da delação premiada do senador Delcídio Amaral contra o PT, e de atividades nacionais da militância petista em defesa do governo e contra os partidos de oposição ao PT, como o PSDB.

No domingo, cerca de 40 manifestantes fizeram uma “passeata” na orla de Maceió. Empunhando bandeiras de em entidades alinhadas ao PT como a CUT, grevistas falavam palavras de ordens e exacerbaram nas ofensas contra Rui Palmeira afirmando até que o “prefeito contratou um traficante para trabalhar nas escolas do município” em referência o assassinato do suposto traficante Caetano, acusado de ser traficante e funcionário de uma empresa que presta serviços à Secretaria Municipal de Educação.

Outra estratégia que assinala a chegada da “pauta política” da greve é a menção e tentativa de agressão ao gestor municipal. Uma das estratégias do movimento é a realização de adesivaços com distribuição de adesivos com “fora Rui Palmeira” em pontos da capital. Por trás desta ação, estariam partidos políticos e candidatos contrários ao atual prefeito nas eleições de 2016. O Cada Minuto procurou a Prefeitura de Maceió, mas por meio de nota o município afirmou que “não iria comentar a reportagem”.