A Assembleia Legislativa de Alagoas, por meio da deputada estadual Jó Pereira, a Secretária de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos, Rosinha da Adefal e a Presidente da OAB/AL, Fernanda Marinela promovem dia 11 deste mês, às 9h, a Audiência Pública “Mais Mulheres na Política – a reforma que o Brasil precisa”. O evento acontece no Plenário da Assembleia Legislativa, vai contar com a palestra do cientista político Ranulfo Paranhos, sobre “Mulher e Política” e reunir representantes dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário e de órgãos e instituições que contam com a gestão de mulheres.
“Estaremos recebendo mulheres de todo o Estado com o objetivo de trazer a mulher para o cenário político alagoano. Estamos em um ano eleitoral e a mulher precisa conscientizar-se do espaço de poder que ela pode ocupar dentro desse cenário. E não é apenas um espaço de oportunidades e sim de tentarmos juntas conquistarmos dias melhores não só para nós mulheres como para todos os alagoanos. A posição feminina junto com a masculina se complementam e, com certeza, somos o alicerce de um mundo mais justo, mais humano e mais cidadão”, pontuou a deputada Jó Pereira.
O tema proposto já vem sendo discutido no país através de um movimento iniciado em março de 2015 pela bancada feminina do Congresso Nacional em favor da reserva de cadeiras para mulheres nos três níveis do Parlamento brasileiro. Hoje a média de mulheres nas casas legislativas é de 10% no Senado, na Câmara dos Deputados, nas assembleias legislativas e câmaras de vereadores, apesar de elas serem cerca de 52% do eleitorado e 40% da força produtiva nacional.
A proporção de mulheres eleitas em Alagoas diminuiu de 13,2%, em 1998, para 5,1%, em 2002, ficando 7,9% em 2006, indo aos 10,3%, em 2010, e voltando aos 7,3%, em 2014. Atualmente, apenas 15% dos 1.189 cargos eletivos disponíveis são exercidos por mulheres. O estado não registra representantes do sexo feminino nem no Senado Federal nem na Câmara dos Deputados. Renilde Bulhões Barros é a primeira suplente do senador Fernando Collor. Os demais senadores não têm suplentes do sexo feminino. É de se ressaltar que isso ocorre num cenário em que 53% do eleitorado é composto por mulheres. Apenas uma mulher chegou ao Senado Federal, a atual vereadora Heloísa Helena, que exerceu o cargo de 1999 a 2007.
Segundo o Senado, no estado de Alagoas, as chances de uma mulher ser eleita em relação a um homem apresentou índice maior que 1 em 1998. Ou seja, mulheres apresentaram mais chance de se eleger do que homens nesse período. Em 2006 e 2010, essa razão de chances apresentou índice de 0,33 e 0,57, respectivamente. Em 2014, houve a menor razão de chances de uma mulher se eleger: 0,17.
A primeira deputada federal eleita na história de Alagoas foi Ceci Cunha, em 1994 e eleita em 1998. Na bancada estadual, apenas duas dos 27 cargos são ocupados por mulheres, número que corresponde a menos de 10% do total de integrantes da Casa Legislativa. Foram eleitas para a Assembleia em 2014 Jó Pereira (DEM) e Thaíse Guedes (PSC).
Na Câmara de Vereadores de Maceió, dos 21 integrantes, seis são mulheres, o que corresponde a quase 29% do total, um percentual elevado, se comparado aos demais níveis legislativos. Nos 102 municípios, apenas 16 têm suas prefeituras ocupadas por mulheres, sendo pouco mais de 15,6% do total.