Após realizar uma assembleia, na sede do Sindicato do Urbanitários, na manhã desta terça-feira (16), os servidores municipais da Saúde decidiram deflagrar greve por tempo indeterminado a partir da próxima segunda-feira (22). A principal motivação para que os servidores cruzem os braços foi a proposta apresentada pela prefeitura de reajuste de 2,21%.

O presidente do Sindicato dos Servidores Municipais da Saúde de Maceío (Sindsaude), Alessandro Fernandes, disse que a maioria dos servidores decidiu pela greve, que inicia-se na próxima semana e vai manter 30% dos serviços, como prevê a Lei.

"Ainda estamos decidindo se iremos manter o mínimo exigido ou se manteremos 50% dos serviços, mas a população vai sentir os efeitos da greve nas unidades de saúde, consultas e também nas ações de combate ao Aedes Aegypti, que já estava precário pela falta de insumos aos agentes. Infelismente essa foi a nossa alternativa para lutar contra a desvalorização que a prefeitura quer promover", disse.

Alessandro comentou ainda as declarações do prefeito Rui Palmeira dadas hoje com relação aos motivos para apresentar uma proposta de reajuste abaixo dos 14% pleiteados pelos servidores. Para Fernandes, a prefeitura precisa conceder o reajuste antes do dia 5 de abril, data limite para esse tipo de movimentação, já que o ano é eleitoral. Ele criticou ainda a justificativa apresentada tendo como base a arrecadação municipal.

"A prefeitura autorizou que as empresas de ônibus aumentassem o valor da passagem, aumentou o IPTU e vem nos apresentar um reajuste de 2%. Estamos desde o ano passado tentando negociar o reajuste, que por 2016 ser ano eleitoral, a data base dos servidores deve ser em janeiro. A prefeitura deixou de contemplar alguns pontos da campanha do ano passado e isso acaba gerando retroativos", disse. 

Durante solenidade na Guarda Municipal, o prefeito Rui Palmeira apontou cautela nas negociações, deixou claro que não dará aumento que não poderá cumprir e assim, assinalou com uma contraproposta de 2,21%.

“Estamos trabalhando com muita cautela devido a queda na arrecadação. Não vamos conceder um reajuste que amanhã o município não possa pagar e comece então a atrasar os salários e benefícios, como já acontece em outras cidades e captais. Ontem fizemos a primeira rodada de negociação, mas infelizmente não poderemos atender aos que os servidores querem. É muito além do que o município conseguiu arrecadar e fica inimaginável”, disse o gestor.

Atos a favor do reajuste

Na próxima quinta-feira (18) entidades que representam categorias de servidores municipais e estaduais irão realizar um ato junto com a Central Única dos Trabalhadores (CUT), na Praça Sinimbu.

Já na segunda-feira (22) o movimento da Saúde municipal irá realizar um ato na Praça Deodoro.