Uma portaria publicada no Diário Oficial do Município, nesta quarta-feira (27), determina a suspenção dos sepultamentos de indigentes no Cemitério Divina Pastora, localizado no bairro de Rio Novo. Na semana passada, a situação encontrada durante uma inspeção do Ministério Público Estadual (MPE) chamou atenção para condições do espaço.
A Superintendência Municipal de Controle e Convívio Urbano (SMCCU) estabeleceu na portaria de que novos sepultamentos somente serão realizados no cemitério com a conclusão do levantamento do Departamento de Administração de Cemitérios sobre a real situação do Divina Pastora.
O superintendente, Reinaldo Braga, havia afirmado que há um colapso no local e que o problema se arrasta há mais de 40 anos. Ele relatou que a SMCCU tem dados precisos sobre a quantidade de corpos enterrados no Divina Pastora e alegou que, além de ser o único cemitério destinado a indigentes da capital, lá são recebidos também corpos do interior do Estado, o que complica ainda mais a situação.
A inspeção no Cemitério Divina Pastora ocorreu após denúncias de que o Instituto Médico Legal não estaria realizando o sepultamento de corpos de indigentes por falta de espaço na unidade.
A direção do IML procurou o Ministério Público Estadual para denunciar que a unidade estava com 12 corpos de indigentes para serem enterrados, mas que em virtude da superlotação no Divina Pastora, os enterros ainda não haviam sido realizados.
Outra denúncia que o promotor foi ver de perto foi feita por funcionários do cemitério que relataram que cadáveres ficam expostos e alguns chegam a ser alvo de urubus. O promotor flagrou no local ossadas expostas. Por conta da superlotação, os corpos dos indigentes estão sendo enterrados em covas rasas, permitindo a exposição de sacos com ossos ou mesmo restos mortais na superfície do terreno.
O Instituto Médico Legal (IML) busca uma solução para enterrar os corpos.









