Três deficientes visuais procuraram o Ministério Público Estadual (MPE), na tarde desta quarta-feira (20), denunciar a diretora do Centro de Educação de Jovens e Adultos (Ceja) Paulo Freire, localizado na Rua do Sol, no Centro. Dois deles, as alunas Maria Rosa Marques e Miriam Peixoto alegam que, além de serem destratadas pela diretora, não estão tendo acesso à estrutura necessária para desempenhar suas atividades na escola.
As estudantes contaram que na terça-feira (19), tiveram dificuldades ao fazer uma prova que não estava escrita em braile, sistema de leitura com o tato desenvolvido para deficientes visuais. Além disso, a escola não colocou nenhum monitor à disposição das estudantes para auxiliá-las na realização do teste.
A reportagem do CadaMinuto entrou em contato com a diretora, que não quis se identificar. Segundo ela, a questão dos alunos especiais ainda está sendo resolvida junto à Secretaria de Educação. “As escolas ainda estão em fase de adequação”, afirmou, sem querer se pronunciar sobre as denúncias.
Na tarde de hoje, os alunos reuniram-se com o promotor de Justiça da Capital, Flávio Costa, em busca de orientações para formalizar a denúncia, o que deve acontecer amanhã.
O presidente da Associação de Cegos de Alagoas, Roberto Freire, considera o episódio uma temeridade. “Estudantes com necessidades especiais já enfrentam muitas dificuldades. Não é admissível que uma escola que se disponibilizou a receber estes alunos não ofereça tudo que eles precisam para poderem estudar”.
*Colaboradora