O promotor Flávio Costa fez uma inspeção no cemitério Divina Pastora, no bairro do Rio Novo, na manhã desta terça-feira (19). A inspeção ocorreu após ele receber denúncias de que o Instituto Médico Legal não estaria realizando o sepultamento de corpos de indigentes por falta de espaço na unidade.

A direção do IML procurou o Ministério Público Estadual para denunciar que a unidade estava com 12 corpos de indigentes para serem enterrados, mas que em virtude da superlotação no Divina Pastora, os enterros ainda não haviam sido realizados. Atualmente o cemitério é o único na capital que está realizando esse tipo de enterro.

"É possível perceber o desrespeito à dignidade humana, independente de serem indigentes. Nessas covas rasas, são enterrados corpos sobre corpos. O Ministério Público adotará as medidas cabíveis para resolver esta situação, assim como fez com outros cemitérios", disse.

Outra denúncia que o promotor foi ver de perto foi feita por funcionários do cemitério que relataram que cadáveres ficam expostos e alguns chegam a ser alvo de urubus. O promotor flagrou no local ossadas expostas. Por conta da superlotação, os corpos dos indigentes estão sendo enterrados em covas rasas, permitindo a exposição de sacos com ossos ou mesmo restos mortais na superfície do terreno.

A direção do cemitério falou com o Cada Minuto e confirmou a falta de espaço para realizar enterro de corpos de indigentes e que apenas sepultamentos de pessoas que possuem jazigos no cemitério estão sendo relizados.

O diretor da Superintendência Municipal de Controle e Convívio Urbano (SMCCU), Rogério Barros, falou que uma reunião ficou marcada para esta quarta-feira (20) às 15 horas com o Ministério Público para debater o assunto. Ele disse ainda que não sabia da situação que se encontrava o cemitério.