O CREMAL (Conselho Regional de Medicina de Alagoas) decidiu na quinta-feira, 14, em reunião plenária, pela interdição ética do PAM Salgadinho. A determinação indica que os médicos que estão lotados na unidade de atendimento não poderão exercer a sua profissão no local, devido a falta de infraestrutura.

O prazo de início de vigência da interdição ética do PAM será em 13 de fevereiro de 2016. Através de assinatura de um termo de compromisso, os médicos da unidade deverão dar ciência da determinação junto ao CREMAL. Para garantir atendimento à população, a Secretária Municipal de Saúde de Maceió tem a intenção de realocar os profissionais para outras unidades.

Segundo o presidente do conselho, Fernando Pedrosa, “a interdição ética é fruto de um minucioso estudo das condições físicas do prédio e dos equipamentos do PAM Salgadinho. Foram realizadas fiscalizações pelo CREMAL, identificados os problemas e nada avançou. Não tivemos outra alternativa senão a interdição ética, pelo bem dos profissionais médicos e da população”, avaliou.

No PAM Salgadinho encontram-se lotados 121 médicos dos diversos regimes (federal, estadual e municipal); sendo lá exercidas 29 especialidades médicas. Sua capacidade é de 40 mil atendimentos por mês, onde hoje realiza apenas uma média de apenas 6.300 atendimentos mês.

Entenda o caso

Em agosto de 2015, médicos da unidade PAM Salgadinho entraram em greve após denúncias apresentadas pelo Sindicado dos Médicos de Alagoas (Sinmed) sobre a precariedade na infraestrutura da unidade de saúde.

Após uma quebra de braço entre médicos e o prefeito Rui Palmeira, a equipe gestora da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) apresentou ações para reestruturar a unidade de saúde. Em novembro do mesmo ano houve o início das obras em três blocos com previsão de finalização em 90 dias.

Segundo o prefeito, existe uma verba de R$ 1,5 milhão destinada à reestruturação, mas o Ministério da Saúde não autoriza a liberação devido ao prédio ainda pertencer a um órgão do Governo Federal.

*Colaborador