Se por um lado a alta do dólar tem representado muita dor de cabeça para determinados setores da economia, de outro, o setor do turismo tem comemorado. O reflexo do último feriadão trouxe pontos positivos para proprietários de hotéis, bares, artesões e até para os ambulantes em Alagoas, que teve uma ocupação hoteleira de quase 80%.

Com a moeda Americana batendo recorde de altas no país, a escolha dos brasileiros tem sido por viagens nacionais que pesam menos no bolso. Isso foi demonstrado em uma pesquisa do Ministério do Turismo no mês de julho, que revelou que 73,3% dos brasileiros pretendem viajar para um destino do Brasil neste ano. A mesma pesquisa aponta ainda que 43,5% desses brasileiros querem viajar para o Nordeste.

Dentro da escolha entre os estados nordestinos, Alagoas apareceu como o segundo destino mais pesquisado para passear. No primeiro semestre, a operado de turismo CVC destacou em pesquisa a venda de 102.690 de pacotes turísticos para Maceió, o que representa um crescimento de 17%.

Além de Maceió, as capitais Recife, Natal e Fortaleza são os destinos que apresentam maior aumento. O turismo envolve diversas atividades econômicas e seu aquecimento, mesmo em época de crise financeira no país, promove o aquecimento e a manutenção dessas atividades.

Da venda de água de coco a peças do filé, os comerciantes maceioenses estão na expectativa dos próximos feriados para continuar essa movimentação na capital até o início da alta temporada. São esses feriados que têm garantido a presença dos turistas e salvado as vendas de produtos na principal feira de artesanato em Maceió.

Luciana Carvalho, proprietária de um box na feira de artesanato, confirmou que o feriado da Independência foi bom para vendas o que tem ocorrido em época de feriados. “No ano passado, essa época as vendas foram muito boas. Este ano elas (as vendas) estão boas, mas depende muito da época, da realizaram de congressos na cidade. Nós agora já estamos aguardando o próximo feriado”, afirmou ela.

A lojista ressalta que, mesmo em dias de vendas baixas tudo que entra é com lucro. Apesar de algumas semanas sem muita movimentação, Luciana garante comemorar cada item vendido. “Nós sabemos que a dificuldade está grande em todo lugar e por isso não podemos ficar reclamando. Tem gente que abre o box 8h da manhã e só fecha às 22h, então passa o dia inteiro na expectativa de vender”, acrescentou Luciana.

A assistente de pesquisa de um resort em Alagoas passa as tarde na Orla da Pajuçara traçando um perfil do turista que visita o estado. Thaise Soares detalha que a importância de conhecer o perfil do turista é saber principalmente quais os foram os pontos positivos e os pontos negativos.

“Nós perguntamos quais foram os passeios realizados, os locais visitados e se pretendem voltar a nossa cidade. Mais de 90% afirmam que pretendem voltar, principalmente durante as férias. O único ponto negativo que os turistas alegam é a questão da limpeza das praias”, disse a assistente.

Turismo regional tem aquecido a economia e proporcionado ocupação hoteleira

O turista vindo dos estados da Bahia, Sergipe e Pernambuco têm mantido ainda mais a conservação da ocupação hoteleira em Maceió. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Alagoas (ABIH/AL) mostram que a taxa de ocupação teve um crescimento de 10% com relação ao mesmo período de julho do ano passado.

Em julho de 2014 a ocupação registrou uma média de 60,32%. Já este ano, o mesmo mês teve um registro de 70,89%. Esse aumento na ocupação tem reflexo diretamente com o fluxo do turismo regional, por se tratar de viagens mais curtas e mais baratas. O proprietário de uma van de passeios a pontos turísticos afirma que esses turistas tem mantido o ritmo de viagem durante o ano, apesar de enfrentar a baixa temporada.

“Mesmo na baixa temporada, nós estamos conseguindo realizar passeios. Lógico que não na mesma frequência que é quando estamos na alta temporada. Apesar da crise o movimento está bom e as pessoas estão aproveitando que o dólar está alto e visitando os estado vizinhos. É muito mais em conta”, afirmou o Eduardo Aristides.

Por outro lado, o secretário Municipal de Turismo, Jair Galvão, acrescenta que o empenho nas vendas do pacote turístico para Alagoas possibilita uma posição muito boa no mercado turístico, trazendo vantagens competitivas em um momento como esse de crise.

“Maceió está sempre como uma das grandes opções na venda de destino das operadoras do Brasil. Isso, associado ao calendário anual de eventos, o verão e o título de capital do réveillon são marcas que ajudam posicionar Maceió no imaginário das pessoas”, destacou Galvão.

A capital alagoana também se destacado como alternativa de lazer para família e para casais em lua de mel. Segundo o secretário, essa movimentação contribuiu para manter os níveis padrões durante todo ano.

“Maceió já é um destino em acessão americanamente. Ao longo dos anos vem aumento o fluxo de desembarque no Aeroporto Zumbi dos Palmares, aumento o volume de turistas e aumentando ofertas de leitos. Nós temos umas das redes mais modernas. Aumentando a oferta consequentemente contribuiu para procura”, acrescentou ele.

A diminuição do consumo de brasileiros no exterior também é apontado como um fatores que fizeram com que a crise não atingisse o setor. “Esse é um ano atípico, é um ano de crise e que modifica os padrões de consumo dos itens supérfluos da lista de consumo brasileira e algumas alterações e modificações precisaram ser feitas. Nós precisamos citar o câmbio, que vem desempenhando um papel fundamental nesse comportamento de consumo de viagem do brasileiro”, ressaltou o secretário

A secretária Desenvolvimento Econômico e do Turismo, Janine Pires, afirma que o setor tem focado em ações criativas e somando esforços conjuntos para divulgar o destino de Maceió. “A exemplo da Nordeste Week, uma campanha de alto impacto na mídia nacional e nos consumidores finais e que custou pouco para Alagoas por causa da junção com os outros estados do Nordeste. Trabalhar a região de uma forma conjunta é uma estratégia interessante para que os estados consigam alto retorno com custos mais baixos”, comentou a secretária.

Janine explica que o Turismo é um dos setores que mais resiste a crises e também que mais rápido se recupera. “É uma das atividades mais fortes da economia alagoana na geração de empregos. Nosso estado tem um potencial vigoroso para o turismo por causa das nossas belezas naturais e culturais, reforçando isso e trabalhando para consolidar o turismo de eventos nós ganhamos muitas possibilidades de circulação de dinheiro para fortalecer nossa economia e ampliar a renda dos alagoanos.