Palmeira dos Índios, politicamente, surpreende a cada pleito ocorrido. Não seria diferente se em 2016 uma nova história pudesse acontecer. No próximo ano, a cidade rememora os 20 anos de uma eleição jamais vista pela política local.  

Os filhos da terra - até a eleição de 1992 - sempre foram eleitos e escolhidos pelos  conterrâneos. A mudança política – considerada uma reviravolta – teve início em 1996 com a primeira mulher eleita prefeita de Palmeira dos Índios.  

À época, os eleitores palmeirenses estavam cansados de serem "comandados" pelas mesmas famílias que há anos administravam a prefeitura da cidade. Antes, buscando um pouco o passado, haviam governado o município os ex-prefeitos: Helenildo Ribeiro Monteiro (in memória) e Gileno Costa Sampaio.  

Na eleição de 1996, Maria José de Carvalho Nascimento, a "Mazé", venceu o pleito contra os grandes caciques da política da Princesa do Sertão. Mazé derrotou - de um única vez - o ex-prefeito da cidade Gileno Sampaio, Fernando Duarte (hoje ex-deputado estadual) e o candidato da situação – à época – o ex-vereador Pedro Gaia. Todos os três postulantes oriundos de famílias tradicionais foram "extirpados" do Poder. 

O pleito daquele ano foi surpreendente para os que acreditavam entrar no Executivo palmeirense. Com Mazé, vale salientar, foi eleita com votos contrários - de repúdio - aos candidatos considerados fortes e que culminou numa vitória jamais esperada. O eleitor de "Mazé" pensou igual e puniu os que debochavam do jeito humilde da ex-prefeita fazer campanha pelos bairros de Palmeira dos Índios. 

De chinelo, com apenas um carro de som e ladeada de poucos correligionários, a ex-prefeita foi eleita sem gastar um centavo e conquistou o voto de revolta por parte dos palmeirenses. "Mazé" ficou no cargo de 1997 até 2000. 

No período em que administrou Palmeira, a ex-prefeita foi bastante perseguida - politicamente - por derrotar os grandes caciques da política e por não concordar com os erros que o cargo de prefeito são acometidos durante uma gestão.  

É claro que um fato como esse - ocorrido na década de 90 - jamais se repetirá numa eleição majoritária. Afinal, tudo tem seu momento e o tempo certo para acontecer! "Mazé, no entanto, não foi para reeleição por diversas situações e constrangimentos que passou como prefeita. Desistiu da vida pública no último ano de seu mandato, em 2000.

Porém, deixou uma lição na política que jamais será esquecida por aqueles que "zombaram" da sua peregrinação franciscana para chegar ao Poder Executivo. E venceu, surpreeendentemente!

  

"O Forasteiro" 

Naquele ano, na eleição de outubro de 2000, foi eleito prefeito Albérico Cordeiro que também rescreveu uma nova história das eleições palmeirenses. Cordeiro completou o livro de "forasteiros" eleitos quando também derrotou nomes da política local que - rejeitados em 1996 -  almejavam retornar ao Poder.  

Reeleito em 2008, o ex-prefeito comandou o município por dois mandatos (2001-2008). Sempre foi taxado de "forasteiro" por ele ser natural da cidade de Pilar e atracar em solo palmeirense como vencedor.  

Na eleição de 2008, o povo apostou em James Ribeiro - filho da terra -  para ser prefeito e reelegeu-o em 2012. 2016 ainda é uma incógnita no pleito de Palmeira dos Índios. Há especulações de vários nomes colocados na disputa, mas até lá tudo pode mudar e acontecer.  

Que os nomes sejam lançados e o povo avalie qual o melhor para administrar a cidade de 2017 até 2020. Eis aí, acredito eu, mais uma surpresa na história política palmeirense.  

Será?  

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