O prefeito Toninho Lins (PSB) enfrentará mais um embate na Câmara de Vereadores do município. Na contramão das informações que os municípios alagoanos estão em crise financeira, a prefeitura de Rio Largo percorre um caminho oposto ao da maioria das cidades com a falta de recursos e verbas. 

Antecipando os festejos juninos para este mês de maio, durante os dias 14,15,16,17, 28,29, 30 e 31; o  "São João do Centenário" de Rio Largo vai extrair dos cofres públicos cerca de R$ 1.876.900,00 (um milhão oitocentos e setenta e seis mil e novecentos reais). 

O valor, publicado no Diário Oficial do Estado (DOE), em 13 de maio de 2015, chamou atenção de alguns vereadores da Câmara de Rio Largo que contestaram os preços 'exorbitantes' pagos para artistas (nacional e local) e estrutura da festa.  

O município contratou a empresa Vas Promoções e Eventos Ltda-Me (beneficiária do valor global de  R$ 1.876.900,00) - especializada em promoções e eventos - para realizar os oito dias de festa nos bairros de Cachoeira e Brasil Novo.  

Em sessão ordinária na última quinta-feira, 21, o vereador Ismael Ferreira (PRTB) apresentou várias informações contestando os contratos assinados entre prefeitura e a empresa de eventos.  

 No plenário da casa legislativa, Ferreira disse que já foi comprovado um superfaturamento nos contratos assinados para os festejos juninos de 2015. Segundo o vereador, os parlamentares da Comissão Especial de Investigação (CEI) vistoriaram o local do evento - em diligência  - para ver onde foram investidos mais de meio milhão de reais apenas em estrutura.  

 "Estamos esperando só os contratos para ofertamos mais uma denúncia Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE). Foi gasto mais de meio milhão só com aluguel de palco, banheiros químicos e tendas para quatro dias de festa. Os vereadores que fiscalizam o Executivo - para que os recursos possam ser executados - foram até o local do evento registrar toda estrutura da festa. Tiramos fotos e chegamos a conclusão que os números não batem. Foi contratado mais de meio milhão de reais e constatamos que os gastos deram em média R$ 252 mil reais", denunciou Ismael. 

Empresa investigada na CEI 

Para se ter uma ideia, oito dias de festa nos bairros de Cachoeira e Brasil Novo, a soma dos valores - apenas de estrutura como palco, banheiros químicos, tendas e outros itens - somam mais de R$ 804 mil (R$ 549.350,00 - quinhentos e quarenta e nove mil e trezentos e cinquenta reais para o evento na cachoeira - e R$ 255.600,00 - duzentos e cinquenta e cinco mil e seiscentos reais para o evento no Brasil Novo).  

O que chama mais atenção é que a empresa contratada (Vas Promoções e Eventos Ltda-Me) é a mesma das festas juninas de 2014, investigada pela CEI. A comissão - formada pelos vereadores Ismael Ferreira (PRTB), Márcio Santos (PSD), Claudemir da Silva, o Mima (PSB), e Albertina Cabral, a Beta do Brasil Novo (PRTB), comprovou que houve irregularidades na contratação para os festejos juninos de 2014.  

Na época, uma megaestrutura foi montada no Parque Mulambeira para quatro dias de festa. O valor era de R$ 321 mil e a CEI concluiu que houve superfaturamento.  

Contratos de bandas e artistas

Já com relação aos pagamentos de bandas e artistas , a empresa contratada foi a G Caetano da Silva Produções Me - G2 Produções e Eventos, no valor global de R$ 826.000,00 (oitocentos e vinte e seis mil reais) para os dias 14, 15, 16, 17, 28, 29, 30 e 31 de maio de 2015.  

Desse total, o cantor mais caro custou aos cofres públicos R$ 180 mil e também foi alvo de críticas na sessão da Câmara. A banda mais barata saiu por apenas R$ 5 mil.  

"Tá aí a banda Wesley Safadão, Garota Safada, é de 120 a 180 mil reais porque vai variar do período de festa. Mas é contratado por R$ 180 mil por uma hora de show. Repito: não sou contra! Mas se é o valor da banda é de R$ 120 até R$ 180, por que pagar R$ 180 se não é o período de festa? É preciso que se faça festa mas com responsabilidade", citou Ismael Pereira.   

No DOE, dos R$ 826 mil pagos a empresa G Caetano da Silva Produções Me - G2 Produções e Evento, a distribuição do valor foi 'fatiado'  entre as 18 bandas que tocaram ( e tocam) nos oito dias do "São João do Centenário".  

Nova denúncia no MPE  

Por fim, o parlamentar disse não ser contra qualquer festividade na cidade, entretanto, que tudo seja feito com responsabilidade. Ismael Ferreira também ressaltou que vai requerer toda documentação e, sendo provada mais irregularidades, vai protocolar uma nova denúncia contra Toninho Lins.  

"Não sou contra a qualquer festividade que aconteça em nossa cidade. Mas que se façam os festejos com responsabilidade, sobretudo, enxergando as necessidades do nosso município. Festa é bom para alegria do povo quando a cidade está em crise e cabisbaixa, mas que se faça com responsabilidade.Vou requerer toda documentação e se houver, realmente, esse pagamento indevido, estarei protocolando mais um denúncia contra o excelentíssimo senhor prefeito da cidade pelo absurdo em contratos", finalizou o parlamentar.   

O blog tentou falar com o prefeito Toninho Lins sobre estas acusações, mas os telefones estavam desligados e/ou fora de área.  

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