Reza a lenda que a política é como uma faca de dois gumes que pode ter efeitos contrários: um dia aliados serão inimigos e inimigos aliados.
Será? Contudo, acredito - sempre - que nela até boi voa.
Em Palmeira dos Índios, por exemplo, está cada vez mais complicado colocar o vereador Júlio Cezar e o prefeito James Ribeiro, ambos do PSDB, lado a lado. Os dois - antes aliados - hoje são 'inimigos' políticos.
JC não economiza nas palavras e tem feito discursos na Câmara de Vereadores para criticar veemente o seu agora ex-aliado. Tudo leva a entender que a 'briga' política é uma antecipação do pleito de 2016.
O vereador, como todo mundo sabe, é pré-candidato ao Executivo palmeirense e tinha sido anunciado desde o ano passado, quando disputou o Governo de Alagoas em nome do tucanato local. JC vai trilhando um caminho rumo ao sonho de ocupar a cadeira de James Ribeiro.
Por outro lado, o prefeito tem usado - nas sextas-feiras - o espaço da Rádio Palmeira FM ( onde tem um programa semanal) para responder às críticas da oposição e dar satisfação da sua gestão à população. Entre perguntas e respostas, ao ser provocado pelo radialista, Ribeiro se defende de forma contundente de todas acusações ditas pelos opositores.
O impasse político entre Júlio e James vai se estendendo pelas ruas da cidade, na Câmara e nos microfones da emissora de rádio. Se antes os dois usavam o mesmo linguajar e opiniões amigáveis, hoje a linguagem mudou e deu espaço para troca de farpas dos dois lados.
Porém, não se sabe - ainda - quem realmente o atual gestor vai confirmar como "esse é meu candidato" na eleição do próximo ano. Até então, comenta-se na cidade, que o grupo de James poderá apoiar o conselheiro aposentado do Tribunal de Contas do Estado (TCE-AL), Edival Vieira Gaia - pai do deputado estadual Val Gaia (PSDB), que deseja encerrar sua vida pública como prefeito da Princesa do Sertão.
No entanto, Palmeira dos Índios continua sem um nome forte para prefeito em 2016. Nem do lado da situação e, muito menos, na oposição - que continua silenciosa. Interessante que - mais uma vez - a Prefeitura parece ficar de portas abertas para 'aventureiros' políticos - como ocorreu em 1996 (Maria José do Nascimento - Mazé) e 2000 (Albérico Cordeiro).
Senão, que o povo eleja mais um filho da terra para comandar os destinos da cidade. Quanto ao embate entre vereador e prefeito é aguardar para saber até onde os ex-aliados continuarão se tratando como desafetos.
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