Ser político faz parte da genética familiar? Óbvio que não! O político se cria em casa quando o pai-político (em mandato há anos) busca logo um herdeiro para substituí-lo no cargo. 

Eis que analisando a política alagoana e os sobrenomes de alguns mandatários, observa-se que os nomes -  sendo iguais - mudou após o filho vencer uma eleição. A atuação pode até ser diferente, mas o trabalho é contínuo para manter os projetos e aliados do ex-dono do cargo.   

Vejamos alguns parlamentares com o nome e o sobrenome do pai que ficaram com a vaga nos legislativos alagoano. Chamados antes com os sufixos inho ou zinho, os verdadeiros herdeiros políticos logo criaram total independência para fazer diferente dos mandatos dos 'papais'.   

É o caso do deputado estadual Davi Davino Filho (PSB) que usou durante toda campanha o nome do pai e vereador por Maceió, Davi Davino (PSB), e, após eleito, acrescentou o filho. Agora o nobre deputado é DDF (Davi Davino Filho) e não mais DD. Faz política voltada para os jovens.  

Gilvan Barros (pai) passou o bastão para Gilvan Barros Filho (PSDB), antes chamado de "Gilvanzinho", e que ainda aceita o 'inho' - entre amigos. Gilvan Filho atua na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE) de maneira bem sutil , discreta e sem alardes. 

Outro é Carimbão Júnior (Pros) que herdou o nome do pai e deputado federal Carimbão (Pros). Givaldo de Sá Gouveia Júnior foi eleito em 2014 para ALE. 'Júnior' tem participado pelo interior de grandes eventos católicos - como sempre fez Carimbão ( o federal).   

Já o vereador por Maceió, Galba Novaes Neto (PMDB), não colocou o Filho, porém, usa o Neto como sempre foi chamado. Para ocupar a vaga do pai e atual deputado estadual Galba Novaes (PRB), em 2012, na Câmara de Maceió, o parlamentar-mirim resolveu usar apenas o Galba Novaes. Atualmente, o vereador é chamado de GNN (Galba Novaes Neto) para diferenciar os nomes e atuações em família.  

O exemplo mais sagaz é o do governador Renan Filho (PMDB). Antes de pensar em ser candidato ao Governo de Alagoas, o ex-deputado federal era tratado como "Renanzinho". Porém, para dar credibilidade e passar uma imagem com mais seriedade; o esposo, o pai de família, o homem político - e independente do pai, Renan usou o Filho - sem Calheiros - para o voo mais alto da sua carreira política.  

Conseguiu ser o Renan Filho - governador - e hoje não pode ouvir o nome "Renanzinho" nem de amigos próximos. Há ainda - alguns mais íntimos - que escorregam no  'zinho', entretanto, logo corrige com governador ou Renan.  

Assim, de pai para filho, em Alagoas, o sobrenome na política (sempre) é de grande valia para quem almeja (ou é 'jogado') entrar para vida pública. Tem parentes que até usam o 'peso' do sobrenome para conseguir lucrar politicamente (alguns conseguem e outros não), todavia, os filhos dos pais são os que ganham os cargos - considerado em sua maior parte hereditário - existentes nos Poderes Executivos e Legislativos.  

Júnior, Filho, Neto ou primogênito o que importa é o mandato  não sair de casa. Tudo em casa fica mais fácil de se resolver e, em se tratando de política, não seria diferente. Como diz o velho provérbio: "Mais vale um passarinho na mão do que dois voando".  

Será?  

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