E a farra das passagens aéreas na Câmara dos Deputados foi sacramentada. Capitaneada pelo probo, e acima de qualquer suspeita, EDUARDO CUNHA/PMDB, que tem outras lutas importantes como a criação do dia do orgulho hétero, a coisa ficou legalizada no poder onde se pode tudo e mais alguma coisa.

Não bastasse o contribuinte ter que arcar com os "passeios" dos nobres deputados, agora também vai ter que agüentar pagar as passagens de suas respectivas esposas, feitas como damas de companhia para o exercício parlamentar, como se a presença delas fosse essencial para que o legislador pudesse trabalhar. A mim me parece um contrassenso não só ético e moral bem como algo que atenta contra a questão acerca da igualdade de gênero e uma captio diminutio às mulheres.

Explico.

Seriam as mulheres dos deputados dondocas que não trabalham, não produzem e estariam largadas em casa à espera do maridão herói nacional? Estas senhoras que não trabalham, que não possuem função, que não têm produção laboral e/ou teriam algo mais importante a fazer do que estar ali viajando, às custas do contribuinte, de mãos dadas com o maridão parlamentar para lhe dar apoio moral para a sua árdua labuta?

Não deixo de reconhecer a importância da esposa na relação familiar ou da família. Mas daí imputar sua presença física para a concreção do labor parlamentar é um tanto quanto fantasioso.

Vou além, é farra com o dinheiro público. Das mais imorais.

Vergonhoso não fosse absurdo a referida verba que sairá do bolso de cada um.

Calados estão, pois, aqueles que comemoram a vitória deste senhor, o presidente EDUARDO CUNHA/PMDB só porque havia derrotado um deputado do PT, como se este último partido fosse o detentor de todo o mal da face da Terra.

Enquanto isso, recebo zap-zap da “Associação Recreativa das Personal Sex Trainee”, filial Brasília, pedindo ajuda, pois se a coisa vingar e as damas de companhia, vulgo esposas,  forem com seus maridões, parece que tem muito negócio em Brasília que vai entrar em crise.

Aí o leitor do blogue pergunta: “Você está brincando, WR?”

E eu respondo:  “Estou, mas quem começou com a gracinha foi o Eduardo Cunha e seus pares...”