A construtora responsável pela obra do Presídio de Segurança Máxima da Capital negou, nesta quinta-feira (29), que o material utilizado na construção comprometa a estrutura e a torne mais frágil.
Segundo uma denúncia, veiculada num telejornal local, agentes penitenciários apresentaram fotos que mostram as paredes das celas cavadas e com objetos escondidos. Os servidores alegam que o material utilizado na construção - isopor e fibra - torna a estrutura frágil.
Para a engenheira da Construtora Verdi Sistemas Construtivos S.A., responsável pela obra do presídio, Carla Deboni, nenhum sistema construtivo já construído suporta o uso de ferramentas, sem que sofra qualquer tipo de dano. “Uma vez que os presos podem ter acesso a barras de ferro, chapas de aço, blocos de concreto, ou outras armas, não podemos nos responsabilizar pelo dano”, ressalta a engenheira.
De acordo com a nota enviada pela construtora, a engenheira explica que os módulos industrializados foram executados em concreto branco de alta resistência e GRC (concreto reforçado com fibra de vidro). Essas tecnologias são testadas e comprovadas através de pesquisas em universidades, além de diversas obras já executadas neste sistema.
O conteúdo da nota assinada pela construtora explica ainda a utilização de outros materiais empregados na construção da cela. Todos de fácil manutenção e limpeza. E reforça que nenhum destes materiais pode ser utilizado pelo detento como arma.
Leia na íntegra a nota.
“O sistema siscopen é composto por módulos industrializados executados em concreto branco de alta resistência e GRC (concreto reforçado com fibra de vidro). Essas tecnologias todas são atestadas e comprovadas em conjunto com universidades e em várias obras já executadas neste sistema.
O uso dessas tecnologias garante ao produto algumas características importantes:
O uso de GRC como painéis sanduíche nos mobiliários aumentam a facilidade de limpeza, manutenção e não disponibiliza para o detento nenhuma arma que possa ser utilizada pelo mesmo, uma vez que a cama é composta somente de cimento reforçado com fibra de vidro e concreto leve, o que forma um bloco de concreto de 60 mm;
As paredes são executadas com concreto auto adensável branco de 80 MPA, o que possibilita manutenção simples dos módulos e aumenta a higiene interna dos usuários, o que diminui contaminações como tuberculose e outras;
Humanização do ambiente : concretos de elevada resistência tem por natureza baixa porosidade não permitindo a proliferação de doenças e fungos dentro dos módulos;
Paredes e móveis construídos sem barras de aço, apenas com concreto e fibras estruturais devidamente dosados e controlados;
Ensaios realizados por universidades, tanto nos mobiliários quanto nas paredes, mostram o quanto resistente são os materiais utilizados na produção das celas de presídio, a resistência a abrasão encontrada em ensaios não permite que sem o uso de ferramentas se abram buracos, rasgos ou qualquer tipo de avaria permitindo fugas ou outros descontroles.
Também, vale ressaltar que nenhum sistema construtivo de presídios já construído suporta o uso de ferramentas sem que sofra qualquer tipo de dano, ainda pode-se afirmar que em construções convencionais os danos podem ser ainda maiores uma vez que os presos podem ter acesso a barras de ferro, chapas de aço, blocos de concreto e outros”.