"Não é porque você é um aleijado comunista que não mereça uma surra para endireitar", assim vociferaram os agressores contra o cadeirante Ênio Barroso Filho, blogueiro que se encontrava indo ao encontro denominado CHURRASCÃO DA GENTE DESINFORMADA na cidade de São Paulo em protesto às absurdas declarações do imperador FHC para a "mídia baba-ovo de tucano" brasileira.
A agressão se deu no dia 14 outubro, véspera do dia dos professores.
Do fato a grande mídia não deu a menor atenção, repercussão ou notícia. Fico pensando se fosse um eleitor de Aécio o referido cadeirante como este seria "cuidadosamente noticiado" com direito a programas especiais e tudo mais, lógico que em horário nobre e com direito a comoção nacional contra os "agressores petistas". Contudo, os autores são figuras da boa elite paulistana e o fato ficou por conta de ser noticiado pelas redes sociais. E só.
A AGRESSÃO
Os agressores ordenaram que ele retirasse a camisa vermelha que usava com adesivos pró-Dilma. Ao não ter o comando obedecido, os agressores desceram de carrão, devidamente adesivado com FORA DILMA E LEVE O PT JUNTO, além do adesivo de Aécio 45 - fatos narrados pelo blogueiro à polícia militar - deram dois tapas em seu rosto e o derrubaram da cadeira de rodas, saindo calmamente após o ato covarde, rindo e vangloriando-se da covardia, pensando, porém, de se tratar de ato heroico, afinal haviam espancado um "comunista".
DEPOIS DA QUEDA, O COICE
Indignado, ainda atordoado, e sem conseguir anotar a placa do carro, o cadeirante procura a polícia militar que disse que sem a anotação da placa nada poderia fazer, como se os agressores não tivessem sido vistos pela vítima e esta não pudesse lhes fazer o devido reconhecimento como determina o Código de Processo Penal Brasileiro ainda vigente em todo país, inclusive em São Paulo.
Ao revés, conta o cadeirante que o policial militar que o atendeu "orientou" que ele não mais andasse com uma estrelinha no peito e "esse tipo de adesivo" porque nessas épocas era muito perigoso.
A dupla agressão sofrida pelo cadeirante veio em forma de escárnio pelo aparato estatal que deveria neste momento ter procurado registrar a ocorrência e tentar prender os agressores, pois foram vistos e o cadeirante diz reconhecê-los em qualquer momento e a qualquer hora já que afirmou que nunca esquecerá de seus rostos e semblantes de satisfação.
DO ÓDIO LEVIANO
Pois bem. As pessoas que vêm declarando apoio à Dilma Rousseff estão sofrendo represálias morais, coação psicológica, agressões físicas, agressões verbais, humilhações, tendo sido inclusive um militante petista assassinado em Curitiba há pouco mais de 40 dias pelo fato de estar em campanha com uma camisa do PT.
O ódio não foi algo natural. Pelo contrário. Foi plantado e alimentado pela grande mídia em seu jogo politiqueiro. Foi ela que deu a carga inicial.
Os grão-tucanos deram o resto do tom. Dom FHC jogou gasolina na fogueira e o separatismo entre classes sociais reacendeu a pólvora da discriminação.
O antipetismo ressurgiu e os donos da Casa-Grande, em atitude medieval e escravocrata, tratam aqueles que deles discordam na chibata, no porrete, na violência, na virulência verbal.
A intimidação é a pedra de toque.A violência seu instrumento.
Alguns médicos entraram na onda e de forma grosseira vêm tratando o assunto para além de seus deveres funcionais e profissionais. Tudo porque se posicionaram contra um programa de governo que não lhes retirou uma migalha do seu pão, mas deu a condição a milhões de brasileiros de serem atendidos por um médico, sejam eles de Cuba, da Alemanha, ou de Marte.
Pelas redes sociais não tem sido diferente. Fui vítima de muitas pessoas que tinha em alto grau de coleguismo, pelo simples fato de ter um lado e de não escondê-lo de ninguém. Este lado escolhido tem mais a ver com a minha história de vida, com os meus princípios e preceitos.
Sou contra o neoliberalismo, sou contra as privatizações, inclusive do ensino público, contra o desemprego e a miséria, legado deixado por FHC e pelo PSDB. Sou contra os 08 anos de desmandos em Alagoas por conta do governo desastroso de Teotonio Vilela no que tange à educação, saúde e segurança pública.
Mas não os odeio. Só me posiciono contra. Ponto.
No tocante às redes sociais, fui excluindo os iracundos, os que odiavam e destilavam veneno em suas mal traçadas e por vezes escritas frases de ofensas. Exclui e bloqueie muitos. Não os terei mais sequer como conhecidos em minha relação virtual.
Não é assim que se constrói uma democracia cidadã. Assim penso. Assim procuro agir. O bom e velho debate seria o instrumento escolhido. Comparações de governos, de feitos, de investigações, de punições, de corrupção escondida ou publicizada, ou não se lembram de Rubens Ricúpero, ex-ministro da Fazenda de FHC que em uma entrevista sincera, mas sem saber que estava sendo gravado disse: "O que é bom a gente mostra, o que é ruim a gente esconde. Eu não tenho escrúpulos".
Por fim, ao ver que o atual candidato tucano à Presidência prega a generosidade em seus discursos, fico imaginado o quanto de hipócrita tem nisso tudo. Sua generosidade ficou bem característica ao posicionar o dedo em riste quando confrontado com a candidata Luciana Genro ao lhe questionar um aeroporto construído com dinheiro público (14 milhões de reais) nas terras de seu tio e que hoje ninguém usa a não ser sua própria família.
Seu sorriso - na minha humilde opinião - falso e hipócrita - logo sumiu e deu vez a um candidato raivoso que foi aumentado o tom e só não partiu para a costumeira agressão a mulheres porque Luciana Genro o devolveu a seu lugar e disse que ele abaixasse o tom e o dedo para falar com ela.
Este tem sido, infelizmente, o comportamente da maioria de seus eleitores.De generosos não possuem nada. De odiosos tudo. Infelizmente para a nossa ainda jovem democracia.
Os fatos estão aí.
E não me digam que sou leviano.