O massacre mineiro *
No meio do maior e mais acirrado embate presidencial dos últimos tempos uma coisa me chamou a atenção. A derrota acachapante de Aécio Neves em Minas Gerais, tanto em votos pessoais, quanto para seu candidato ao governo, que foi literalmente massacrado pela candidatura do PT em seu estado natal.
Aécio Neves, o candidato tucano, alardeava aos quatro cantos do globo terrestre que tinha aprovação de 92% da população mineira, o que significaria uma unanimidade quase absoluta. E fiquei cá matutando comigo:como e por que levou a surra (in)esperada?
Comecei a fazer pesquisas de dados, unindo vários fatores e eis que encontro um depoimento bombástico feito pelo deputado Sávio Souza Cruz (PMDB/MG) na data de 24/10/2012 em sessão extraordinária da ALE, pouco divulgado, e muito escondido, mas que pode ser encontrado na internet através do sítio https://www.facebook.com/video.php?v=694156590679917. De seu pronunciamento podemos extrair talvez a razão silenciosa que o mineirinho escolheu para dar o troco ao imperador Aécio (forma como o deputado o trata na maioria das vezes).
Vejamos algumas. 1) aumento da dívida do estado de 28 bilhões de reais para mais de 100 bilhões atuais; 2) OEA aponta MG como um estado mais atrasado que Maranhão e o Pará; 3) supressão da liberdade de imprensa, sendo realizada a sistemática perseguição àqueles que ousa(va)mcriticar o governo; 4) troca de favores entre políticos da base aliada para angariar mais cargos em detrimento da meritocracia prometida em campanhas; 5) aumento da carga tributária do estado para cobrir rombos através de taxas inconstitucionais; 6) MG não cumpre a constituição há mais de 10 anos negando-se a aplicar o mínimo constitucional em educação e saúde; 7) a ausência de investigação pelo parlamento dos atos de improbidade do gestor, a ausência de CPIs, a lei da mordaça na Assembleia, pois segundo o deputado “o imperador tem que virar presidente de qualquer jeito”; 8) governador Aécio possui um “ghostwriter” que escreve nas colunas dos jornais de maior circulação o oposto que ele determina à sua base aliada fazer e,para mim, a acusação mais grave,; 9) “o dono de Minas não tem apreço à liberdade”.
Pois bem, após ouvir incessantes vezes e pesquisar cada vez mais as razões do massacre mineiro, acredito que o mineirinho deu uma de Tiradentes nas urnas e fez valer a sua bandeira: LIBERTAS QUAE SERA TAMEN.
Resta saber como vai se comportar o resto da nação.
*artigo publicado no Jornal A GAZETA DE ALAGOAS, edição de 16/10/2014.
Clique no link abaixo e assista o pronunciamento citado.
https://www.facebook.com/video.php?v=694156590679917