(Atualizada às 8h52 de segunda-feira, 22)

O candidato a senador Elias Barros (PTC) disse ao blog que vai registrar um boletim de ocorrência e processar criminalmente o irmão da senadora Heloísa Helena (PSOL), Hélio Moraes, acusado de agredi-lo com um tapa no ombro direito, durante intervalo do debate deste sábado (20), nos estúdios da TV Pajuçara. Mas o que Elias Barros não consegue explicar com clareza é quando, onde e como teria falado com o ex-senador Luiz Estevão, que teria lhe mandado o suposto recado que tirou do sério Heloísa e seu irmão, por remeter a boatos de que os ex-senadores teriam um caso amoroso.

Por mais que a lógica dos fatos indiquem o contrário, Elias Barros afirmou que não houve malícia quando disse que Luiz Estevão teria mandado um abraço para Heloísa: “Simplesmente disse que o ex-senador Luiz Estevão mandou um forte abraço para ela. Ponto final. Foi a palavra que ela tomou como agressão. E isso não é agressão. Desejar um forte abraço para alguém, não é agressão”.

Mas Elias foi impreciso e furtivo quando o blog quis saber quando e como teria falado com Luiz Estevão. E fez questão de interromper logo a entrevista.

 “Falei com ele durante a semana. Falamos, conversamos. Eu advogo em Brasília e tenho questões em Brasília. E viajo a Brasília. Nessas idas e vindas, conversei com ele. Então, o que estou dizendo é isso aí. Já estou com o outro telefone aqui, no ar. Um jornalista, aqui, ligando... Tá bom, amigo?”, disse, se despedindo.

O blog não conseguiu contato com o ex-senador, depois de procurar localizá-lo junto a colegas de imprensa do Sudeste e do Distrito Federal, que sugeriram contato com as empresas de Luiz Estevão, do Grupo Ok, com o qual o repórter tentou contato por meio dos seus números obtidos em pesquisas na internet.

É “laranja” ou não é?

No início do telefonema para Elias Barros, o blog questionou sobre o que o candidato do PTC tinha a dizer sobre o fato de ter sido chamado de “laranja” pela candidata Heloísa Helena. E Elias Barros limitou-se a negar a comparação com este tipo de candidato de araque, que atua a soldo para atacar adversários para beneficiar outra candidatura. “Essa palavra eu não ouvi”, disse o advogado que disputa, pelo menos oficialmente, a vaga de Collor no Senado.

Elias Barros ainda respondeu o seguinte, quando foi questionado diretamente pelo blog se seria um “candidato laranja”: “Peraí! O debate não foi isso, meu irmão! Em nenhum momento passou isso no debate. O que se passou foi uma agressão verdadeira, vista por todo mundo”.

Quando informado que Heloísa declarou ao Blog do Bernardino que ele era “laranja”, Elias respondeu: “Aí é outra coisa! Ela disse isso fora! Vou pedir a fita e vou assistir”. Mas continuou sem responder. Não negou nem admitiu atuar como um “laranja”.

Helóisa Helena e seu irmão, o médico Hélio Morae

 

Processo criminal

Elias Barros relatou a agressão que sofreu, após o primeiro bloco do debate. E apesar de não ter falado em fazer exame de corpo de delito, afirmou que recorrerá às imagens do debate onde são narradas a motivação da expulsão de Hélio Moraes.

“Ele entrou para defender a irmãzinha. E na saída, veio e me deu uma tapa [sic] no braço direito; no ombro. E me esculhambou. Me ameaçou: ‘Filho da puta! Você vai me pagar!’, foi o que ele falou. E deu uma tapa [sic] grossa no meu ombro. Não o agredi. Me comportei de forma ética. Porque eu não estava numa guerra do Iraque. E sim em um debate. Foi uma atitude covarde. Vou pegar a fita em que o mediador falou que ele foi expulso por agressão física e moral. Vou fazer um boletim de ocorrência e abrir um processo criminal por agressão e ameaça”, narrou Elias Barros.

O blog telefonou para o irmão de Heloísa Helena, que também disputa eleição de deputado estadual pelo PSOL. Mas a esposa de Hélio Moraes informou que ele deveria retornar o contato na segunda-feira (22).

O Blog do Bernardino publicou que Heloísa afirmou que a atitude de seu irmão foi tomada diante de uma agressão à sua moral, por ter sido comparada a uma prostituta: “Qual o irmão que vê a irmã sendo agredida moralmente e não reage? Eu e meu irmão somos de uma família humilde, mas muito unida. Meu pai morreu quando eu tinha 2 meses de vida e meu irmão mais velho foi assassinado. Eu e Hélio somos muito amigos, nos protegemos, um cuida do outro”, disse Heloísa.

Ao justificar que não teria um caso com Luiz Estevão, Heloísa acabou afirmando que o ex-senador e Collor eram apontados em Brasília como supostos envolvidos no caso emblemático de impunidade, de um estupro e assassinato de uma criança. Collor ainda não se manifestou sobre as declarações de Heloísa e o blog não conseguiu contato com Luiz Estevão. Veja as declarações de Heloísa clicando aqui.

Hélio nega a agressão

Na noite de sábado (20), por meio de seu perfil do Facebook, Hélio Moraes negou ter agredido fisicamente Elias Barros. 

"Elias Barros além de ser 'laranja' mal pago e mal amado do farsante collorido, não passa de um mentiroso! Se eu tivesse efetuado uma agressão nesse 'moleque de recado' ele não teria terminado o debate em pé! Nem toquei nesse esterco!", disse o irmão de Heloísa Helena.

Leia mais sobre a reação de Collor às declarações de Heloísa Helena clicando aqui.