Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, a quem são atribuídas supostas denúncias através da delação premiada, é uma “cria” do governo tucano de Fernando Henrique Cardoso. Ocupava cargos de direção na estatal desde 1995, no primeiro governo FHC. Foi indicado em 2004 pelo PP para o cargo que ocupava ultimamente, o de diretor de Abastecimento.

Paulo Roberto Costa foi demitido porque estava “muito soltinho", segundo a imprensa divulgou na época. A demissão ocorreu pouco depois da posse da nova presidente da Petrobras, Graça Foster, em 19 de abril de 2012, com aprovação da presidente Dilma Rousseff. E o PP reclamou muito da demissão, e publicamente.

Reportagem publicada pelo jornal O Globo no dia 24 de abril de 2012, diz textualmente:

“A Petrobras confirmou a saída de três dos sete diretores do quadro: Paulo Roberto Costa, de Abastecimento; Renato Duque, de Engenharia; e José Zelada, da área Internacional”.

(...) “A saída de Duque e Zelada ocorreu a pedido de ambos. Mas Paulo Roberto Costa, indicado pelo PP, saiu por decisão da presidente Graça Foster. Seu afastamento pegou o partido (PP) de surpresa e provocou a ira da legenda, que está ‘em revolução’, segundo políticos ligados ao PP”.

(...)

“A nova presidente da Petrobras já pretendia fazer as substituições logo que assumiu. As mudanças de agora foram definidas por Graça depois de pelo menos dois encontros em Brasília, inclusive com a presidente Dilma Rousseff”.

Segundo O Globo, a irritação do PP foi porque o partido tomou conhecimento da demissão de Paulo Roberto Costa pelos jornais.

“Se o desligamento não era esperado pelo partido, dentro do governo Paulo Roberto Costa já era considerado a ‘bola da vez’ há algum tempo, porque estaria ‘muito soltinho’”.

Ex-diretor começou no primeiro governo de FHC

A chamada “grande imprensa”, nas reportagens sobre a Operação Lava-Jato, omite dados importantes sobre um dos personagens principais. Há informações relevantes que a mídia tem sonegado à população brasileira.

Tem sido divulgado à opinião pública que Paulo Roberto Costa, agora no epicentro de um escândalo de corrupção, teria começado sua carreira na Petrobras em 2004 – portanto, no governo Lula –, quando foi nomeado diretor de Abastecimento.

Isso não é verdade.

Ele entrou na Petrobras muito antes, em 1979, quando participou da instalação das primeiras plataformas de petróleo na Bacia de Campos (RJ).

Suas primeiras indicações políticas dentro da estatal ocorreram quando o PSDB ganhou a presidência da República.

Em 1995, logo no primeiro ano da presidência de FHC, ele foi indicado como gerente geral do poderoso Departamento de Exploração e Produção do Sul, responsável pelas Bacias de Santos e Pelotas.

Nos anos seguintes, sempre sob gestão dos tucanos, Paulo Roberto Costa foi beneficiado por várias indicações políticas internas da Petrobras. Em 1996 foi gerente geral de Logística. De 1997 a 1999resdpondeu pela Gerência de Gás. De maio de 1997 a dezembro de 2000 foi diretor da Petrobras Gás – Gaspetro. De 2001 a 2003 goi gerente geral de Logística de Gás Natural da Petrobras. E de abril de 2003 a maio de 2004 (agora, sim, no início do governo Lula), foi diretor-superintendente do Gasoduto Brasil-Bolívia.

Sua indicação para diretor de Abastecimento, em 2004, por indicação do PP, na gestão Lula, era o caminho natural de alguém cujas funções internas lhe permitiram deter informações estratégicas da Petrobras.

No governo de Dilma, já havia desconfianças sobre sua atuação. Paulo Roberto Costa foi exonerado, primeiro, e depois preso pela Polícia Federal.