O agropecuarista da cidade de Piranhas, Thiago Levy de Araújo Nunes, conhecido como Thiago Nunes, foi ameaçado de morte – via telefone celular -  pelo vereador Renato Douglas Rodrigues, o Renato Rodrigues (PMDB).

No facebook, na quinta-feira (05), Nunes havia publicado um texto informando das ameaças sofridas pelo parlamentar. “Acabei de ser ameaçado de morte no celular pelo vereador de Piranhas Renato Rodrigues (PMDB). Já entrei em contato com a Secretaria de Defesa Social”.

Em conversa com o blog, Thiago Nunes explicou que os motivos das ameaças se devem aos requerimentos que ele havia cobrado – desde 2013 – à Câmara de Vereadores. Os pedidos, baseados na LAI (Lei de Acesso à Informação) Lei nº 12.527, foram direcionados à Prefeitura de Piranhas e legislativo.

“Desde maio de 2013 venho tecendo fortes críticas na cidade e utilizando das redes sociais para cobrar ações dos vereadores face aos absurdos que estão ocorrendo em Piranhas. Inclusive, venho falando abertamente - e isso não é segredo algum - que os vereadores de Piranhas são omissos. Como se não bastasse tudo que já citei, outra grande irregularidade foi à realização do carnaval 2013, com o município em decreto emergencial, e o prefeito publicou no Diário Oficial (DO) gastos na ordem de R$ 550.000,00 sem licitação alguma para realizar festividades carnavalescas”, denunciou o agropecuarista.

No requerimento, Thiago Nunes solicitou ainda que fossem apresentados documentos das despesas decorrentes dos Pregões Presenciais de números: 23/2013, 24.1 e 24.2/2013; o primeiro, destinado a contratação de uma "construtora para captação de recursos em órgãos federais e estaduais ", o segundo e o terceiro, deflagrados para contratação de empresa locadora de veículos leves e pesados.

“A Prefeitura nunca respondeu aos pedidos. Já a Câmara pediu prorrogação de prazo, conforme esta cravado na referida lei, e, após algum tempo, respondeu que negava os pedidos de informações porque os mesmos estavam de difícil interpretação. Segundo eles – os vereadores - estava confuso, nublado. Essa postura minha de cobrar o que é de direito causou a ira dos vereadores que simplesmente deixaram de falar comigo”, disse Nunes. 

Ameaças

No dia em que recebeu ameaça, ao atender o celular, Thiago Nunes reconheceu a voz do vereador Renato Rodrigues. Na ocasião, Rodrigues falou que achava errado às críticas recebidas por parte do agropecuarista.

 “Na quinta-feira (05), após o almoço, eu estava conversando com algumas pessoas em minha casa quando o celular tocou. Atendi a ligação e, logo, reconheci a voz do vereador Renato que se identificou. Após os cumprimentos, ele disse que esse tipo de coisa não gostava de falar por telefone, mas que dessa vez iria falar. Em seguida, começou dizendo que não achava certo que eu falasse mal dos vereadores de Piranhas, denegrindo a imagem deles, porque todos eram homens e mulheres de bem.  Que não aceitava que eu citasse o nome dele em lugar algum porque ele não me dava essa liberdade.  Tentei demonstrar a ele que não havia citado negativamente o nome dele, apenas, citei por diversas vezes que eles (vereadores) estavam sendo omissos, e essa era a minha opinião”.

Ao perceber subir o tom de voz do parlamentar, o agropecuarista disse que colocou o celular (em viva voz) para que todos que estavam ao seu redor escutassem as palavras do vereador. 

“Renato mudou o tom da conversa passando a falar alto que eu era um cabra safado, maloqueiro e filho da P... Neste momento, coloquei o celular em viva voz para que todos pudessem ouvir o que ele me dizia. O vereador então começou a dizer que iria me matar porque eu era safado e, cabra safado, só prestava morto. Completou ainda dizendo que ele iria me matar em qualquer lugar que me achasse e perguntou:  onde você está seu filha da P... para ir aí matá-lo, seu desmoralizado”.

E completou:

“Depois ele disse que iria ligar para o meu avô desembargador (se referindo ao meu avô Des. Antônio Nunes) e informando-o que - a partir daquele momento - me mataria onde estivesse. Eu disse que ele fizesse o que quisesse e que estava em casa esperando por ele. Logo em seguida desliguei o telefone”, relatou Nunes. 

Boletim de Ocorrência  

Após ameaças, Thiago disse que aguardou cerca de trinta minutos - em sua residência -  à espera do vereador. Como não apareceu, o agropecuarista seguiu para fazer o Boletim de Ocorrência (BO) na cidade de Delmiro Gouveia.  

“Liguei para o Dr. Rodrigo Cavalcante, delegado regional de Delmiro, informando a situação e que estava indo lá fazer o BO. Cavalcante de imediato me pediu que fosse e, assim que chegasse, ligasse para ele. Chamei um amigo para ir comigo, o sargento Freitas, pois não me senti seguro em ir sozinho até Delmiro. Após registrar o BO em Delmiro, recebi uma ligação do policial civil Leilton (o Léo), que é chefe de serviço da delegacia de Piranhas, pedindo que eu fosse na delegacia para falar com delegado. Chegando na delegacia de Piranhas, me deparei com mais de oito pessoas acompanhando o vereador Renato. Entrei na sala do delegado quando fui informado que havia um Termo Circunstancial de Ocorrência (TCO), em meu desfavor, por difamação, porque havia dito em uma rede social que os vereadores eram omissos. Afirmei ao delegado de Piranhas, Dr. Diego Ferreira, que estava pronto para me defender dessa questão em juízo, porém, o fato é que eu havia sido ameaçado horas antes pelo vereador e queria providências”, relata Nunes.  

Ao pedir ao delegado providências das ameaças feitas por Renato Rodrigues, o agropecuarista recebeu quase um “não” do delegado responsável.

“Dr. Diego pediu que eu fosse na delegacia na outra semana, se quisesse fazer o TCO de ameaça, e levasse duas testemunhas. Ainda indaguei o porquê de não fazer o TCO naquele momento, diante das gravidades das ameaças sofridas, e aproveitar a presença do parlamentar para confeccionar o TCO. O delegado foi taxativo em dizer que não faria porque não tinha tempo (eram 15h:30) numa quinta-feira. Fiquei estarrecido com a atitude do delegado. Vou em todas repartições e órgãos de defesa para buscar e exigir o que é de Direito. Sou vítima, sigo ameaçado e ainda tenho que suportar a esposa e o filho do vereador me chamarem de verme, vagabundo e de receber ‘mensalinho’ da gestão da ex-prefeita de Piranhas, Mellina Freitas (PMDB), nas redes sociais. Irei processá-los”, finalizou Thiago Nunes.

Twitter: @kleversonlevy

Email: kleversonlevy@gmail.com

OBS: Como o blog não conseguiu contato -  via telefone - com o vereador Renato Rodrigues, o espaço fica aberto para que ele possa se pronunciar sobre às denúncias.