Acordei apressado na segunda-feira, quando abri os olhos já era quarta de um domingo decadente. Corri para alcançar o tempo, mas o relógio, com seus ponteiros em riste, me dizia que já era tarde demais e que o amanhã já se fazia ontem. Atrasado tentei agarrar o presente que já havia passado e no divã da caldeira de minutos e segundos recostei o ombro nas minhas rugas prateadas que sem soçobros acordou o poeta que guardava no bolso e ele, como o senhor do tempo, congelou o meu sorriso. Sem pressa, disse com calma no seu versejar que a vida, ah, a vida, nada mais era do que um sopro divino!