Cercar a sede de Grupamentos da Polícia Militar e explodir terminais eletrônicos tem sido uma prática recorrente de quadrilhas especializadas em assaltos a bancos em Alagoas. Desde 2013, os roubos vêm ocorrendo da mesma forma em algumas cidades do interior. Nos últimos dois meses, seis agências bancárias foram alvo de bandidos e mais quatro assaltadas em todo o estado.

Em algumas cidades, como é o caso de Pariconha, as agências foram invadidas duas vezes, em um intervalo de uma semana. Nessa sexta-feira (24), cerca de 15 homens invadiram e explodiram os terminais eletrônicos da agência do Banco do Brasil em Igaci. Os assaltantes já foram vistos nas cidades de Canapi, Estrela de Alagoas e Mata Grande.

Em Pariconha, o primeiro assalto ocorreu no dia 27 de dezembro na agência do Bradesco, quando um grupo de oito homens explodiu os terminais eletrônicos e cercou o Grupamento Militar, que fica localizado a menos de 100 metros da agência.  Na frente do GPM, os criminosos atiraram nas viaturas e mantiveram encurralados os dois policiais que estavam de plantão.

No mesmo município, o último assalto ocorreu no dia 10 de janeiro e alvo desta vez foi a agência do Banco do Brasil. Testemunhas contaram que mais de 10 homens chegaram à cidade em três carros e uma parte do grupo seguiu para a agência, localizada no Centro, e a outra ficou observando a movimentação no GPM.

A sala de autoatendimento, onde ficam os caixas eletrônicos, foi totalmente destruída com o impacto dos explosivos. Além das agências, casas lotéricas e correspondentes bancários também estão sendo alvo dos bandidos. Na cidade de Santana do Ipanema, uma casa lotérica perdeu mais de R$ 14 mil durante um assalto, em pleno horário de funcionamento.

Em Maceió, uma única agência do Banco do Brasil, localizada no bairro do Jaraguá, foi assaltada duas vezes em menos de um mês. No bairro do Farol, a agência do HSBC também foi invadida. De lá os criminosos levaram as armas dos vigilantes e malote com dinheiro.  
 
Uma única quadrilha

 
As investigações da Seção de Combate ao Roubo a Banco (Serb) apontam que os crimes ocorridos no interior são praticados por uma única quadrilha. De acordo com a delegada Maria Angelita, titular da especializada, o andamento das diligências aponta que os assaltos são orquestrados por um grupo grande, que se divide em todo o estado. “As investigações estão em andamento e nós esperamos em menos de 15 dias chegar a essas pessoas”, afirmou Angelita.

Mesmo com as investigações preliminares, a delegada afirmou que não descarta a participação de quadrilhas de outros estados nos crimes. “Nós temos uma linha de investigação muito consistente e vamos seguir”, frisou.