Um novo relator assumiu o caso Dimas Holanda no Tribunal de Justiça: o desembargador João Luiz Azevedo Lessa, que recebeu na semana passada a peça do Ministério Público Estadual (assinada pelo procurador-Geral de Justiça, Sérgio Jucá) que acusa o deputado João Beltrão pelo crime. O assassinato do bancário completa este ano 17 anos e corre risco de prescrição- aumentando a responsabilidade do desembargador.

O caso Dimas Holanda é emblemático pela futilidade e brutalidade do assassinato. Em 3 de abril de 1997, Dimas, 34 anos, casado, pai de dois filhos, havia ido visitar a tia Madalena no conjunto Santo Eduardo- parte baixa da capital alagoana.

Entrou no seu carro, um Ford Escort vermelho. Engatou a primeira marcha e, na segunda, teve o carro fechado por outros três: pistoleiros fizeram uma tocaia em uma caminhonete, um Fiat Uno e um Golf, todos de cor escura. Eles abriram fogo. Dimas tentou correr. Morreu no local.

Os detalhes do crime foram dados pelo ex-tenente-coronel (líder da Gangue Fardada), Manoel Francisco Cavalcante.

Motivo: o bancário teria paquerado uma suposta namorada de João Beltrão, conhecida como Clécia.

Hoje, o caso Dimas acumula seis volumes, com 1.402 páginas.