Chamado pela Polícia Federal de "maracujá de ouro", o empresário Walmer Almeida da Silva, preso sob acusação de desviar R$ 300 milhões, em impostos sonegados, esconde mais além do passado de pobreza e a demonstração da fortuna em carros de luxo. Ele foi preso acusado de matar, em 13 de agosto de 1994, Antônio Gonçalves Bezerra, na cidade de Vitória de Santo Antão, em Pernambuco.
Naquele ano, Walmer era fornecedor de frutas e verduras para os supermercados de Maceió - mesmo trabalho realizado por Antônio Gonçalves Bezerra. Só que Toinho ou Antônio Guarda, como era conhecido, foi escolhido para distribuir os produtos do Grupo Bompreço em Alagoas. E Walmer não gostou. Ele contratou José Humberto Paulo de Lima para que fossem trazidos três pistoleiros para Vitória do Santo Antão. Objetivo: matar o concorrente. Ele foi assassinado às 22 horas, do dia 13 de agosto de 1994, com vários disparos de arma de fogo.
Walmer negou o crime, mesmo depois de preso. Mas, os depoimentos da viúva, do cunhado e do sócio de Antônio Guarda revelaram detalhes que incluem ameaças de Walmer. E os pistoleiros contratados que passaram a andar com o comerciante após o crime.
Operação Abdalônimo
Na manhã desta quinta-feira (15), a Polícia Federal (PF), com apoio da Receita Federal, deflagrou a operação Abdalônimo. Durante a ação foram cumpridos mandados de prisão, busca e apreensão e condução coercitiva. O empresário Walmer Silva e sua irmã Vitório Zoolo estão entre os presos.
Durante coletiva de imprensa, a PF revelou um esquema criminoso que revelou a sonegação de mais de R$ 300 milhões em impostos. Walmer e Vitória são acusados de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.
Além dos irmãos, um contador e um funcionário do grupo empresarial também foram presos. De acordo com o delegado da Polícia Federal, Adriano Moreira, afirmou que a PF começou a investigar os suspeitos após a criação de diversas empresas em curto prazo de tempo e com o mesmo endereço. No total, 2008 a 2013 foram abertas mais de 20 empresas em nomes de laranjas da mesma família. “Elas funcionavam durante um ano”, completou Moreira.
Na operação, foram apreendidos documentos, computadores, carros de luxo, helicóptero, um avião, cofres e quatro armas.
Durante as investigações, o que mais chamou a atenção da polícia foi o rápido enriquecimento de Walmer, que ostentava um altíssimo padrão de vida, uma vez que Walmer era de origem humilde e vivia da venda de maracujá em Anadia.