Na próxima terça-feira, 20, entidades e liderança políticas de Palmeira dos Índios estão mobilizadas para um grande ato público que ocorrerá no município. A manifestação está marcada para acontecer na Casa Museu Graciliano Ramos com o único objetivo de mobilizar toda população, entidades de classe, imprensa e o Poder Público acerca da possibilidade da demarcação de terras indígenas.
Ontem, 14, numa reunião realizada na sede o Rotary Clube de Palmeira, foi discutido detalhes e a estrutura do Ato Público. Preocupados com os danos sociais e econômicos que podem afetar a cidade, o prefeito James Ribeiro (PSDB), o deputado eatadual Edval Gaia (PSDB), o vereador Júlio Cezar (PSDB), além dos advogados Marcos Guerra, Ricardo Vitório e Francisco de França estão engajados para que os palmeirenses não sejam prejudicados.
Os organizadores do evento revelam que a cidade vive um clima de ansiedade e expectativa muito grande em relação às intenções da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) que tenta a todo custo avançar com a demarcação de terras em Palmeira. Na semana passada, uma comissão formada por Ivison Machado, Edvaldo Cunha e Emílio Silva, que integram o Rotary Clube/Palmeira, esteve na Câmara Municipal de Vereadores para reunir os parlamentares e solicitarem a adesão e o apoio ao Movimento Palmeira de Todos.
O Poder Público e as lideranças políticas também foram mobilizados para participar do ato de protesto, que simbolicamente terá concentração na Casa de Graciliano Ramos. É uma luta em defesa da viabilidade socioeconômica e dos 450 pequenos e médios produtores rurais que poderão ser afetados diretamente por esta medida. A demarcação envolve cerca de sete mil hectares, onde produzem hortaliças, frutas tropicais, entre outros produtos da agricultura familiar.
“É um movimento pacífico e não há cabo de guerra entre índios e não índios, até porque convivemos de forma harmoniosa e respeitosa com os povos indígenas. Nossa intenção é despertar a população e soltar o grito preso na garganta do palmeirense que reprova essa demarcação criada pela FUNAI”, disse o presidente do Sindicato dos Lojistas, José Gilton.
Empresários e a sociedade civil também lutam para que a agricultura familiar da cidade não seja prejudicada. Além disso, com as demarcações de terras, aproximadamente 12 mil pessoas serão despejadas de suas propriedades.
“Tememos muito essa demarcação. Imaginem o que é perder para sempre a maior área produtiva de Palmeira, onde já existe um processo natural de reforma agrária. Não podemos conviver com esse terror psicológico, uma vez que a FUNAI fará apenas a indenização das benfeitorias nas propriedades. A ação afeta, ao menos 12 mil pessoas, além de graves consequências sócio-econômicas que deverão causar impacto na produção de frutas, hortaliças, entre outros, produtos da agricultura familiar. Palmeira deve acordar e ir para as ruas contra essa medida. Não temos onde assentar essas pessoas”, explicou o empresário Ivson Machado.
Apoio político
Ainda na reunião realizada ontem no Rotary, o prefeito James Ribeiro ressaltou que a luta é desigual porque pratica uma grande injustiça. Na semana passada, em Brasília, com os ministros da Justiça, José Eduardo Cardoso, da Casa Civil, Gleisi Roffmann e o senador Renan Calheiros (PMDB), Ribeiro foi pedir apoio para criação de uma Mesa de Diálogo para que se possa chegar a um entendimento.
“Destaquei que nossa situação é diferente porque aqui não existem conflitos, nem invasão de terras. Aqui já existe uma reforma agrária, não podemos deixar aquelas famílias sem terras e sem tetos. Fiz contato com algumas lideranças indígenas que são contrárias a este modelo de demarcação da FUNAI. Estou junto do movimento e vou lutar com todas as forças para que essa demarcação não aconteça, pois ela é prejudicial ao município”, completou o prefeito.
Já o deputado Edival Gaia Filho falou de sua posição em relação à demarcação. “Devemos nos unir em torno desse problema porque quem está em jogo é a população palmeirense. O resultado vai depender desse esforço comum, estou junto e apoiando”, finalizou Gaia.
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Com informações do "Movimento Palmeira de Todos"