Após matéria publicada no Jornal Extra da sexta-feira, 02, o CadaMinuto também foi procurado por alguns sócios – que preferem não revelar os nomes temendo ameaças - onde apresentaram um relatório preliminar realizado por uma Comissão de Estudos que aponta fraudes na forma como o Aero Clube de Palmeira dos Índios foi "tomado" da população.

Os sócios querem a retomada do terreno - de 10.000 m2 (dez mil metros quadrados) – que está avaliado em cerca de R$ 10 milhões. O espaço hoje é comandado pelo empresário José Leão de Oliveira, o Zé Leão, proprietário de várias lojas em Palmeira dos Índios, e que se mantém como o “dono” do patrimônio que um dia foi da sociedade palmeirense.

O relatório de 2008 – a qual o blog teve acesso (ver foto abaixo) - mostra que houve falsificação quanto à eliminação de sócios-proprietários e na transferência da administração do sócio José de Almeida Araújo (falecido) para Jair Gomes de Oliveira (falecido), o Grilo, que passaria - a partir daí - a fazer parte da sociedade de forma ilegal com interesses futuros.

Segundo apontou a matéria do Jornal Extra, publicada no dia 02 deste mês, com a morte de José de Almeida (que era avô da esposa de Jair Gomes) o comando do Aeroclube foi tomado por Grilo, conhecido na cidade por ser uma pessoa destemperada e, em certos momentos, agressiva. Ainda assim, diz o texto, os sócios-proprietários foram desligados da sociedade de forma ilegal. Entretanto, quando os membros cobravam os direitos devidos eram “peitados” na tentativa de intimidação.

De acordo com um dos sócios-proprietários, que relatou todos os fatos para este blog, no ano de 2005 aconteceu uma reunião “às escondidas” entre os irmãos empresários e José de Almeida para tratar da exclusão dos outros filiados - sem que o fato fosse ao conhecimento dos interessados. Foi nessa reunião - por “debaixo dos panos” - que o clube passou para as mãos dos empresários.

“Naquele ano ficou deliberado - de forma fraudulenta - que os sócios-patrimoniais seriam eliminados da sociedade por inadimplência. Essa forma - considerada por muitos como ‘estelionato’ - vai de encontro ao estatuto do clube. Além disso, nenhum da gente foi comunicado de uma suposta dívida – criada fictícimente pelos irmãos – para dizer que os inadimplentes seriam excluídos da sociedade. Mas, o estatuto é correto em afirmar que nenhum sócio pode ser excluído ou sofrer punição nesse sentido, já que não são obrigados a pagarem taxas”, revela.

Os sócios-proprietários disseram também à reportagem que na gestão de José de Almeida nenhum deles – mais de cem sócios-patrimoniais - tinha acesso às contas do clube para saber sobre o faturamento. Por outro lado, os atuais “donos” faturam ainda hoje com os aluguéis para eventos e diversos tipos de comércio no entorno do prédio.

“Eles passaram a ser sócios através de fraudes cometidas por José de Almeida que pretendia deixar sua família – antes de falecer - no comando do imóvel. Os irmãos – Zé Leão e Grilo – jamais contribuíram para o clube. Zé Leão tomou conta da sociedade após a morte do seu irmão. Querer tomar o que é dos outros é mais que ilegal. Foi dessa forma que eles conseguiram ficar ricos rapidamente? Antes eram garçons e hoje grandes empresários com bastante influência na cidade”, conclui, em clima de revolta, um dos sócios-proprietários.

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