Bom, em primeiro lugar quero dizer que sou um grande fã do gênero "zumbi" e "pós apocaliptico" agradecer a Naughty Dog, criadora de The Last Of Us, um dos melhores jogos que já joguei na minha vida. (Já estava muito agradecido pela trilogia Uncharted.)

Sobre a história de The Last of Us (contém spoilers)

A história de The Last of Us se passa em um ano indeterminado na época atual. O cenário inicial é a cidade de Austin, no estado do Texas, Estados Unidos da América. Tudo começa com um fungo que existe realmente na natureza, chamado ophiocordyceps unilateralis. Um momento para uma aula de biologia:

Esse fungo, existente em plantas, afeta apenas insetos menores, como formigas. Formigas que comem plantas infectadas com esse fungo se tornam "formigas zumbis", uma espécie de formiga completamente dominada pelo fungo, que se deforma e passa a obter uma fome voraz, com um comportamento totalmente incomum que leva o inseto a se alimentar sem parar até morrer. Como o fungo vive dentro do exoesqueleto do inseto e precisa de muita energia para se reproduzir e desenvolver, ele leva o hospedeiro a uma busca desenfreada por comida que fatalmente mata o inseto. Pior do que isso, a formiga infectada passa a expirar esporos que contaminam outras formigas, criando assim uma epidemia de "formigas-zumbis" suicidas que pode acabar com plantações inteiras. As formigas infectadas podem ser detectadas pelo crescimento de bolhas e um pigmento colorido na parte de trás da cabeça (os fungos do tipo cordyceps se alojam na cabeça dos hospedeiros, de preferência no cérebro). Não há cura para esse fungo, que habita países tropicais, como África, Tailândia e Brasil (Brasil é um dos países com maior incidência de fungo cordyceps no mundo). Aqui está uma imagem de formigas mortas infectadas pelo fungo cordyceps (o caule escuro que nasce na parte de trás da cabeça da formiga faz parte da infecção e reprodução do fungo.
Tá, mas você deve estar se perguntando o que um fungo que afeta formigas tem a ver com um jogo de videogame. Bem, acontece que, ficcionalmente, no jogo, o fungo cordyceps foi evoluindo e evoluindo até alcançar um outro estágio de evolução. Ele passou a afetar insetos maiores, e depois passou para mamíferos menores, e daí por diante, até começar a afetar humanos. Como não tem cura e é altamente contagioso (todo hospedeiro infectado passa a exalar esporos que afetam outros hospedeiros), não demorou muito para que o fungo cordyceps criasse uma epidemia catastrófica nos Estados Unidos inteiro.

A experiência do jogo é fantástica, joguei dia após dia, pensando em como seria o desfecho e sempre preocupado com o que poderia vir acontecer com a Ellie, personagem principal da trama. Você controla na maioria do jogo Joel, que no começo tem uma triste decepção e depois se torna um homem duro e às vezes até cruel.

Os gráficos do jogo são excepcionais, uma verdadeira obra de arte, cenários, ambientes, iluminação, tudo perfeito.

A jogabilidade é muito boa, a forma como você se equipa também é bem interessante, É possível fazer upgrade das armas com itens que você pega durante o jogo, achando pedaços de pano, álcool, fita adesiva, e outras coisas, pode-se formar, bombas, coquetel molotov, e outros artefatos.

A trilha é de arrepiar, muito bem produzida, em vários momentos sentimos realmente o poder dela e como isso influencia na história do jogo, é bem “fim do mundo” um som melancólico, deixando um ar de tristeza misturado com esperança.

O Final da história não é imprevisível mas é de refletir nas possibilidades que poderiam ser tomadas, vale muito a pena, se você ainda não jogou, jogue o quanto antes. Recomendo.