O empresário Ivan Ferreira da Silva teve o salvo conduto com pedido de liberdade negado pelo presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL), desembargador José Carlos Malta Marques. Ele é acusado de ser autor intelectual do crime que vitimou o servidor público José Marcolino Júnior, no dia 1º de abril. O crime ocorreu no pátio da prefeitura municipal de Arapiraca. Após o decreto de prisão preventiva, expedido pela 8ª Vara Criminal da Comarca de Arapiraca, o empresário não foi localizado, sendo considerado foragido da Justiça.

O magistrado de primeiro grau alegou ser necessária a prisão preventiva do acusado para que se garanta a ordem pública, assim como a aplicação da lei penal, sendo o réu, “pessoa de extrema periculosidade”, tamanha a frieza na execução do delito, ao demonstrar descaso com as instituições públicas. O réu também é acusado em outros delitos não especificados nos autos.

De acordo com o desembargador, em análise aos autos, não existe justa causa alegada pela defesa, devido à gravidade do delito. “Entendo que se evidencia imprescindível a colheita de informações junto à autoridade apontada como coatora para aferir-se, de fato, ao menos prima facie e estreme de dúvidas, o paciente sofre de constrangimento ilegal, razão porque deixo de apreciar, por hora, a liminar requerida” justificou.

A defesa afirmou que o paciente é empresário, tem atividade lícita, endereço certo, que é pessoa ordeira, que inexistem fundamentos para sustentar o decreto de prisão e solicitou que seja declarada a ilegalidade da ordem. Justificou ainda que, no momento, o réu encontra-se viajando a negócios.

Caça ao acusado

No dia 20 de junho, a Polícia Civil de Alagoas seguia em diligências para tentar localizar e prender o empresário arapiraquense. Numa operação em Arapiraca, policiais apreenderam computadores, documentos e munições em imóveis do acusado. A ação foi comandada pela delegada Ana Luiza Nogueira, diretora da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic), da Polícia Civil, para cumprir mandado de prisão preventiva.

Os policiais civis da Deic cumpriram mandados de busca e apreensão em estabelecimentos comerciais (postos de combustíveis) e residência, pertencentes ao empresário, na cidade de Arapiraca. De acordo com a delegada foram recolhidos computadores, documentos, munições e placas de veículos, que serão analisados pela PC.

Segundo a diretora da Deic, as investigações descobriram que o motivo do crime foi uma desavença pessoal entre o servidor público, José Marcolino Júnior, 41 anos, e o empresário Ivan Ferreira. A Deic já prendeu dois acusados como autores materiais no assassinato: Rusemberg Almeida Silva, 34 anos, e Célio Rodrigo de Lima Silva, 29.

Outros três envolvidos no homicídio foram identificados: Alan Ferreira da Silva, 21 anos (que é filho do empresário); Jean Carlos de Lima Silva, 26, e Marcelo Agostinho dos Santos, 36, que permanecem foragidos. Quem tiver informações sobre os foragidos pode informar à Polícia pelo Disque Denúncia, no 181. O anonimato é garantido.