Fui às ruas por DIRETAS JÁ. Participei ativamente da campanha presidencial em 1989 quando organizei junto com os amigos do Diretório Acadêmico da Faculdade Católica de Direito de Santos o debate com os presidenciáveis à época. Lá conheci grandes homens como Leonel Brizola, Lula, Afif Domingos, Mário Covas...Era tudo novo para todos depois de anos de ditadura militar e de eleições indiretas para o cargo maior da nação. Vibrei com cada debate que fazíamos...  

Participei ativamente do FORA COLLOR de cara pintada e acreditava que realmente tínhamos aprendido a lição com o exercício democrático do voto e que o povo na rua era soberano sobre qualquer coisa.

Não foi bem assim. Infelizmente ainda não é assim.

Não quero aqui desestimular ou "jogar um balde de água fria" nesta juventude que embalou na onda dos protestos e invadiu as ruas do país, ainda que não saibam bem o que realmente querem, pois, com todo o respeito, esses protestos não possuem foco, pauta ou bandeiras bem definidas, mas um grito forte e estridente contra essa bandalheira toda que acabou se instalando país afora, mas muito por conta de nós mesmos. Explico. Ninguém  (políticos eleitos) chegou LÁ por força dos canhões ou das baionetas, mas sim por cada voto depositado a cada eleição que sacode este país de norte a sul.

Como disse na minha página do facebook, hoje já desativada, acredito que a verdadeira revolução ainda não aconteceu, e talvez demore muito a ocorrer, pois somos um país democrático que ainda engatinha e tropeça nos próprios erros, até porque erramos também na tentativa de dar certo.

Uma amiga, ex-aluna declarou aqui neste blogue que errou ao me apoiar para a candidatura da OAB/AL. Pois é. Talvez tenha errado mesmo, pois descobriu que algum ponto de divergência existia neste humilde ser que erra (e como erra) ao defender com paixão e ardor alguns de seus pontos de vista.

Mas nunca me escondo, e daí seja o meu maior pecado.

Ser transparente e ir sempre para o enfrentamento democrático, sem subterfúgios ou maquiagens, mas sempre de peito aberto, pronto para levar as porradas que a vida nos dá.Assim vou também errante pelos caminhos tortuosos que a vida nos mostra.

Desculpas peço se de alguma forma alguém também tenha errado quando me escolhera no sufrágio de nossa categoria, mas é assim que aprendemos, erros e acertos. Um dia quem sabe acertaremos de vez. 

Pois bem. O Congresso Nacional que por ora recebe os ataques de todos os lados de nossa juventude que foi para as ruas é a cara de todos nós. Não adianta escondermos isso de ninguém. Aceitar que temos os defeitos talvez sirva para corrigi-los, ao invés de sempre buscar NO OUTRO toda a culpa de nossas mazelas.

Os políticos são corruptos? E os eleitores, não? O cidadão que foge de uma blitz da lei seca, não? Ou os que avisam da blitz àqueles que, mesmo embriagados, dirijam, também não? O fura fila, não? Alunos que "pescam" na prova, não? Candidatos de concursos públicos que compram o bizu, não? Etc. Etc. Etc.

Todos sabemos que há eleitores que vendem seus votos a R$50,00 (cinquenta reais), que trocam votos por favores pessoais, por cargos comissionados, que quase sempre esfolam o erário á exaustão, por todo tipo de benécia que não advenha do honrado e suado trabalho. Isso não é novidade. 

Somos o espelho daquilo que eles são também. Corruptos não existem sozinhos. Corruptores também não. Muito menos os corrompidos.

Queriam que o Congresso fosse como? De donzelas e cavalheiros honestos? Ora se não demos o exemplo ao votar, como cobrar exemplo daqueles que foram "votados"? 

Voto não preço, tem consequências, lembram? Pois é...

Daí o momento de aproveitar a "revolta" de todos contra tudo "isso que está aí" e convidar para uma nova revolução, uma revolução que deve começar dentro de cada um, aquela que vai trazer a ética da conduta individual para o coletivo.

Uma revolução não só do voto, mas das condutas. Vejo muitos falando em ética, mas com práticas que não correspondem aos anseios almejados. 

E daí sim, talvez ter ido às ruas POR DIRETAS JÁ e por todos os outros motivos que nos levam a reacender a esperança tenham valido a pena.