Atualizada às 23h
O cabo da Polícia Militar José Wellington da Silva foi assassinado durante mais um assalto a transporte alternativo no estado. O fato ocorreu próximo ao entroncamento que dá acesso ao município de Coruripe, na rodovia AL-101 Sul, no final da tarde desta quarta-feira. De acordo com o Centro Integrado de Operações da Defesa Social (Ciods), a vítima estava à paisana e reagiu ao assalto. Segundo o Cidos, a arma do militar foi levada pelos assaltantes.
Wellington era lotado no Batalhão Ambiental. Conforme informações colhidas pela reportagem do CadaMinuto, dois homens e mulher participaram do assalto. Em entrevista, uma passageira da van, que preferiu não se identificar, relatou que o trio estava aguardando a partida do transporte, no ponto das vans, no Centro, e que seguiram até uma localidade conhecida como fazenda Andorinha, onde anunciaram o assalto. Apenas um estava armado.
Ela contou que o motorista foi obrigado a entrar em uma estrada secundária, no canavial, onde percorreu muitos quilômetros. “Ao tempo todo a mulher ficava gritando que se o motorista atolasse o carro eles iriam estourar a cabeça dele com vários tiros. Foi um momento de muito desespero”, disse a passageira afirmando não saber ao certo o motivo que levou o assaltante a atirar contra o policial.
Segundo ela, como estava muito tumulto dentro do veículo, os passageiros não conseguiram perceber como teria sido a reação da vítima. “Nós só escutamos os tiros e percebemos que o carro parou. Por alguns instantes a porta da van ficou travada e todo mundo ficou apavorado dentro do carro sem saber se os outros também estavam armados”, detalhou.
“Nós que precisamos vim para Maceió todos os dias estamos refém dessa criminalidade”, lamentou a passageira.
O socorro
Ela disse que após os criminosos fugirem, os próprios passageiros começaram a prestar socorro à vítima. “Nós ajeitamos ele no banco e trouxemos para o hospital. Logo depois ele fechou os olhos e colocou a mão no peito, onde tinha recebido o tiro. Fiquei o tempo todo suspendendo a cabeça dele por conta do sangue, mas sua pulsação já era fraca”.
O militar ainda chegou com vida ao Hospital Geral do Estado (HGE), mas faleceu logo depois.
Revolta da família
Na Central de Polícia, os familiares da vítima estavam revoltados com a falta de segurança no estado. “Até agora não apareceu ninguém dos Direitos Humanos, nem da OAB, nem um coronel da Polícia para perguntar como estamos. Mas se fosse o meu irmão que tivesse matado um bandido desse estava tudo mundo aqui para afirmar que ele não era preparado”.
Outros casos
No ano passado a assalto a uma van terminou com a morte do policial militar Valter Sá, executado com um tiro na cabeça. O caso ocorreu em um trecho da rodovia federal BR-316, próximo ao município de Atalaia.
O criminoso estava acompanhando de outros três jovens, que subiram no transporte na cidade de Belém. Na época, segundo testemunhas, ele disparou contra a vítima ao perceber que ele era militar.
Um mês após, o tenente da reserva, Manoel Cavalcante da Silva, 56, foi assassinado também durante um assalto, na rodovia AL 220, próximo à cidade de São Miguel dos Campos. O crime foi praticado por cincos pessoas, entre elas duas mulheres. Segundo informações Cavalcante teria reagido ao assalto e morto com um tiro na cabeça.