Após ter sido adiado o julgamento dos acusados de assassinar Luciano Alves, líder do Movimento Sem Terra também conhecido como Grilo, o MST se manifestou contrária à decisão da Justiça, afirmando que o crime continuaria impune. Dez anos após o crime, o julgamento que estava previsto para esta segunda-feira (03) foi adiado para o próximo dia 17 de julho, no Fórum de Justiça de Arapiraca.

Ontem, integrantes do MST realizaram uma manifestação em frente ao Fórum para cobrar a punição dos assassinos. Com o adiamento, o MST afirmou que atitudes como esta só contribuem para a impunidade. No texto, eles citaram outros crimes de integrantes do movimento que aconteceram em anos anteriores em Alagoas.

De acordo ainda com a assessoria, as mobilizações em torno do caso da morte de Grilo já resultaram na vinda do Ministro do Desenvolvimento Agrário até a região do crime, bem como da visita in loco do Ouvidor Agrário nacional. Além destas ocasiões, todos os anos o MST em Alagoas organiza o Dia Estadual de Luta Contra Violência e Impunidade no Campo e na Cidade, no mês de novembro. Contudo, até agora, impera a injustiça e a impunidade.

Grilo foi assassinado em uma emboscada em setembro do ano de 2003. Ele foi morto por volta das 21h do dia 07/09/2003 numa estrada de terra em Craíbas enquanto se deslocava ao assentamento em que morava, localizado em Girau do Ponciano. Desde então nem os mandantes nem os pistoleiros foram julgados.

À época, a região, que abriga o maior assentamento de Alagoas Dom Hélder Câmara vivia uma efervescência na luta pela terra, com ocupações, expropriações de mercados e mobilizações pela Reforma Agrária. Quase dez anos depois, o júri popular é adiado em mais de um mês enquanto os acusados pelo assassinato continuam em liberdade.